02/04/2013 10h27 - Atualizado em 02/04/2013 11h33

Ex-governador do Paraná substitui Celso Amorim no Conselho de Itaipu

Nomeação de Orlando Pessuti (PMDB) saiu no Diário Oficial desta terça (2).
Pessuti garante que nomeação não tem relação com eleições de 2014.

Fernando CastroDo G1 PR

Orlando Pessuti durante coletiva com a imprensa em 2010 (Foto: José Gomercindo / AENotícias)Orlando Pessuti substitui Celso Amorim em Itaipu
(Foto: José Gomercindo / AENotícias)

O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff (PT) como Conselheiro da Itaipu Binacional. A indicação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2) e também exonera o ministro da Defesa, Celso Amorim, que ocupava o cargo até então. O G1 conversou com Pessuti, que disse ainda não ter sido comunicado oficialmente sobre a data de posse.

A atribuição de nomear o Conselho de Administração de Itaipu é dividida entre os governos do Brasil e do Paraguai, sendo que cada um tem direito a seis indicações. Além dos conselheiros, também compõem o grupo representantes dos Ministérios das Relações Exteriores de cada país. Além de Pessuti, o grupo agora é composto por Alceu de Deus Collares, Luiz Pinguelli Rosa, João Vaccari Neto, Roberto Átila Amaral Vieira, José Antonio Muniz Lopes e Antonio José Ferreira Simões – pelo lado brasileiro. As reuniões ocorrem a cada dois meses, e recentemente foram discutidos temas como as mudanças do Tratado de Itaipu, que aumentou o valor pago pelo Brasil na energia excedente do Paraguai, além da construção de uma linha de transmissão ligando a usina a uma nova central de distribuição na periferia de Assunção.

De acordo com Pessuti, as conversas para assumir a função ocorrem desde o início de 2011, após as eleições de 2010, quando o PMDB dividiu aliança com o PT nas esferas nacional e estadual. O ex-governador disse que rejeitou outros cargos durante o período, como para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e em assessorias da Caixa Econômica Federal. “Eu entendi que não deveria ocupar, porque não imaginava que seria um espaço em que eu poderia contribuir”, explicou Pessuti, que também é membro do Conselho do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

“Agora são duas atividades que foram conversadas com o presidente Michel Temer, a ministra Gleisi Hoffmann, o senador Sérgio Souza, o deputado Osmar Serraglio, e que nós achamos que seria oportuno”, contou Pessuti. Ele também confirmou que rejeitou um convite do atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), para assumir a presidência da Companhia de Saneamento Paraná (Sanepar).

Sobre a decisão, ele nega que tenha sido uma “guinada” para o lado do PT, que estuda lançar a ministra Gleisi Hoffmann como candidata ao governo contra Beto Richa em 2014. “Eu nunca guinei para nenhum lado, eu tenho um lado, que é o PMDB. Eu tive uma aproximação com o PT nas eleições de 2010, nós estivemos juntos. Agora, em 2014, em princípio o PMDB está coligado com a presidente Dilma, mas aqui no Paraná eu trabalho para que o PMDB tenha candidatura própria”, garantiu.

De acordo com o ato, Pessuti deve permanecer no cargo até 16 de maio de 2016, mas terá que deixá-lo caso consiga levar a cabo a intenção de ser candidato ao governo do estado. "Já me coloquei à disposição em 2010, e agora eu me apresento de novo com pré-candidato. Se o PMDB optar por mim, eu disputo, se não, eu acompanharei o PMDB", disse.