18/03/2013 14h26 - Atualizado em 18/03/2013 16h15

Fundo de Lemann compra cerca de 20% da sorveteria Diletto

'Não foi por preço, foi pela expertise deles', diz Leandro Scabin.
Negócio foi feito por meio do fundo Innova e visa internacionalização.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo

O sócio majoritário e fundador da Diletto, Leandro Scabin, afirmou nesta segunda-feira (18) que o fundo Innova, de Jorge Paulo Lemann - o homem mais rico do Brasil - comprou uma fatia de cerca de 20% do capital da sorveteria Diletto. O valor do negócio não foi divulgado.

"Não é um número redondo (a participação). Em ordem de grandeza é 20%, mas depende da performance da empresa", disse Scabin, em entrevista ao G1. "O negócio não foi por preço, foi pela expertise deles em internacionalização. Desde o início a gente sempre falou que o nosso objetivo é fazer uma marca global" acrescentou o empresári, que tem como ambição transformar a Diletto numa espécie de "Haagen-Dazs do Brasil".

Em entrevista ao G1 no final do ano passado, o empresário havia informado que tinha recebido propostas de entrada de novos sócios e que analisava a venda de uma fatia da empresa para um fundo de investimentos.

Leandro Scabin, sócio majoritário da Diletto, resgatou as receitas do avô italiano para criar a empresa (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Leandro Scabin, sócio majoritário da Diletto, em fotografia de setembro de 2012 (Foto: Darlan Alvarenga/G1)

Segundo o fundador da Diletto, Lemman participou diretamente da negociação, mas o acordo foi fechado por meio do fundo Innova, voltado o empreendedorismo, que também tem como sócios Marcel Telles e Verônica Serra. "Assinamos o contrato no final de janeiro", disse Scabin.

A notícia da entrada de Lemann como sócio da Diletto foi divulgada nesta segunda-feira pelo site da Forbes Brasil. Segundo a reportagem o negócio foi fechado por um valor superior a R$ 100 milhões.

O faturamento declarado da Diletto em 2012 foi de R$ 30 milhões. "Nosso objetivo e fechar 2013 acima de R$ 50 mil", afirma Scabin, que tem como sócios os empresários Fábio Meneguini e Fábio Pinheiro.

Entre os investimentos de Lemann estão a empresa alimentícia Heinz, a rede de fast-food Burger King e a Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.

Em fevereiro, a firma de investimento 3G Capital, de Lemann, em parceria com o megainvestidor Warren Buffett, fechou a compra da Heinz por US$ 28 bilhões. Além de  Lemann, a 3G tem entre os sócios os brasileiros Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

História da Diletto
Lançada no final de 2008, o objetivo inicial da Diletto era estar presente em 40 pontos de venda no fim de 2009, mas no final daquele ano a marca já tinha chegado a 500. Do faturamento declarado de R$ 1,2 milhão no primeiro ano de atuação no mercado, em 1999, a empresa saltou para R$ 15 milhões em 2011.

A marca nasceu na Itália. Os gelatos da Diletto são um resgate de receitas ancestrais do avô do empresário, Vittorio Scabin, que produzia sorvetes feitos de neve no extremo norte da Itália, desde 1922, até que se viu obrigado a abandonar o negócio em razão da Segunda Guerra, quando a família migrou para São Paulo.

Formado em administração, Scabin foi morar na Itália com o irmão para estudar todas as técnicas necessárias para produzir em larga escala sorvetes com o sabor da sobremesa de seus almoços de família da infância. Foi lá que o empresário fechou contratos exclusivos de fornecimento de ingredientes e, inclusive, da base de açúcares e estabilizantes que garantem a textura da massa.

O "pulo do gato" da Diletto foi conseguir formatar em escala industrial um produto que até então só era produzido no país de forma artesanal, ou era importado. A aposta mais recente da marca é a atuação direta no varejo. Atualmente, além dos quase 3 mil  pontos de venda pelo Brasil, a empresa conta com quiosques próprios em shoppings e inaugurou a primeira sorveteria própria, na região dos Jardins, em São Paulo.

"Esperamos quase dois anos para encontrar o primeiro ponto. Para 2013 queremos abrir mais algumas lojas", afirma Scabin, acrescentando que ainda não existe um cronograma para a entrada da marca no exterior.

 

tópicos:
Shopping
    busca de produtoscompare preços de