Edição do dia 07/11/2014

07/11/2014 22h18 - Atualizado em 07/11/2014 22h18

Casa onde Jorge Amado morou
vira museu em Salvador

Uma das casas mais famosas da Bahia foi restaurada e aberta ao público.

Uma das casas mais famosas da Bahia foi completamente restaurada e aberta ao público nesta sexta-feira (7). O lugar onde Jorge Amado morou e produziu algumas das obras mais populares da literatura brasileira virou museu em Salvador.

Bairro do Rio Vermelho, número 33 da Rua Alagoinhas. Durante quase 40 anos a família morou na casa. Os dois filhos de Jorge e Zélia, Paloma e João, guardam boas lembranças daquele tempo.

"O melhor da minha vida eu passei nessa casa. Namorei muito nesse jardim e via de longe que papai discretamente não se aproximava para não dar nenhum flagrante", conta Paloma Amado.
A restauração deixou a casa do jeito que era. O jardim com a mini floresta que eles plantaram e na entrada, Exu, o orixá protetor. Embaixo dos bancos onde costumavam conversar estão enterradas as cinzas do casal.

A sala de refeições era também a área de trabalho. Alguns clássicos da nossa literatura foram escritos na máquina mostrada no vídeo.

Além de um grande acervo de peças que Jorge ganhava de presente, muitas histórias estão guardadas no local.

Eventualmente, Jorge e Zélia permitiam que turistas entrassem para conhecer a casa e um pouco da intimidade do casal. Até o dia em que uma turista entrou no quarto deles, ultrapassou os limites e tirou Zélia do sério.

Foi a última vez que um turista foi visto na casa. “Mamãe chega e encontra uma turista deitada, toda refestelada na cama do papai e dela. E o marido fotografando. Ela disse: Eu não podia deixar de ter uma foto na cama do Jorge Amado. Aí mamãe disse: Essa não, sai já daqui”, lembra Paloma.

Agora a casa virou memorial aberto para todos possam visitá-la. A decoração é original em todos os cômodos. Vídeos mostram a trajetória e a obra do escritor.
“A casa é um labirinto que está aberta para todo mundo descobrir”, diz o arquiteto Gringo Cardia.

Foram 37 livros publicados em mais de 50 países. A casa do Rio Vermelho não era apenas o recanto de paz de Zélia e Jorge. Era também a fonte de onde fluíam a criação e todo o amor do casal.

"Eu não teria feito nada do que fiz sem a Zélia, sem o apoio dela, sem o braço da Zélia aqui sustentando o meu braço”, dizia Jorge Amado.