No treino de
sexta-feira, Levir Culpi chegou a fazer mistério com relação à escalação da
equipe, mas o que se confirmou foi um time formado por dez reservas, além de
Victor, no gol. Em campo, mesmo sem um meia de criação atuando na armação ou um
atacante de características definidoras, o Atlético-MG foi bem e venceu com
certa facilidade um desesperado Palmeiras por 2 a 0.
Após a partida, Levir elogiou o
empenho dos jogadores naquilo que classificou como uma das vitórias mais
importantes do Brasileirão. Além de enaltecer o resultado, o técnico fugiu dos
clichês e afirmou que um resultado como este ajuda a elevar o moral dos
jogadores para a decisão da Copa do Brasil, cujo primeiro jogo será na quarta.
- Vitória
realmente muito boa, num momento importante que nos manteve ali na região dos
quatro. Posso parabenizar todos, tivemos falta de treinos e jogos, mas empenho
mais uma vez admirável. Elogio para todos eles, comemoramos juntos e passamos a
nos preparar para primeiro jogo da decisão contra o Cruzeiro.
Sobre a
falta de entrosamento, o treinador minimizou a questão dentro de campo, uma vez
que os treinos têm sido quase sempre relacionados a vídeos e palestras.
- Estamos sempre juntos, vendo vídeos, analisando
jogos e conseguimos controlar taticamente, firmes, gostei. O time foi bem
defensivamente e buscando o gol, não recebeu só pressão, tivemos coragem de
atacar e considero umas das vitórias mais importantes do campeonato nacional.
Veja outros
trechos da entrevista do treinador atleticano:
Moral para
quarta
-
Especialmente eu procuro confiar no elenco, não gosto de lamentar ausências de
jogadores e é uma oportunidade, todos querem ser titulares do Atlético-MG e nessa
coisa confio e acredito. Mas pegar esse pensamento e transformar em realidade é
difícil, não tem ritmo de jogo, entrosamento de jogo, mas como estamos num
momento iluminado as coisas caminham a nosso favor. Vamos aproveitar esse
momento de realizações, e na quarta, que estejamos da mesma forma, com garra,
pegada, e com a torcida do nosso lado.
Escolha pelo
time reserva
- Se não tem
resultado e ocorre algo normal como a vitória do Palmeiras sempre tem alguém
que pensa de outra maneira, pode ter razão em pensar assim para manter a mesma
formação, mas são decisões que tomamos com base na experiência e observação
junto com toda a comissão. E optei por essa formação, deu tudo certo e estamos
num momento de comemorar.
Quando a
fase é boa, dá tudo certo?
- No Brasil
eu acredito que sim, porque aqui somos assim, muito emocionais, o psicológico
trabalha forte em nós brasileiros, rimos muito, ficamos felizes e depois vamos
rápido para a tristeza, é uma cultura. Digo que em dois ou três jogos pode se
desestabilizar um time ou estabilizar, isso é marcante, mas é fruto de nossa
cultura.
Clássico com
10% de torcedores rivais
- Entendo
que a decisão podia ser melhor. Não posso entender um clássico dessa magnitude
com um pedacinho de torcedor de um e outro time, que história é essa? Vai ser
pior, duas mil de um time e 50 mil de outro. O que posso fazer depois disso é
pedir para os torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro que façam uma demonstração, não
pode ocorrer nada. Temos que passar um exemplo para todos, espero que não haja
ocorrências para noticiar no outro dia. É obrigação nossa passar para outros
torcedores como devemos nos portar dentro de um estádio de futebol.
Sequência em
casa na Copa do Brasil e no Brasileiro
- A gente
alivia nas viagens, mas a concentração aumenta, o grau de dificuldade, uma
decisão de Copa do Brasil, com tensão, adrenalina e desgaste emocional grande.
Temos que estar bem fechados com a torcida dando apoio, porque com eles
restaura nossa energia. Isso é bacana, temos afinidade, estamos encontrando e
isso facilita em campo. O que podemos fazer em campo é o que os jogadores tem
feito, dado 100% ou muito próximo dos 100, e é isso que nos leva aos
resultados.
Dodô
- Ele não
tem sido muito usado, mas foi bem nas vezes que entrou antes, participou de
dois gols e hoje foi muito bem. É um menino que surge, espero que siga um bom
caminho, menino tranquilo e tem qualidade. Demonstrou isso em três jogos, deu
três assistência e marcou um gol. É mais uma arma que o Atlético ganha antes de
terminar o ano.