11/03/2013 17h03 - Atualizado em 11/03/2013 17h15

Dólar fecha em alta após atuação do BC e volta a ficar acima de R$ 1,95

Dólar fechou a R$ 1,957, em alta de 0,51%.
BC voltou a atuar no mercado por meio de leilões de swap cambial reverso.

Do G1, em São Paulo

Após abrir em queda, o dólar mudou de rumo e fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (11), após o Banco Central (BC) voltar a atuar no mercado.

O dólar fechou a R$ 1,957, em alta de 0,51%.

Durante os negócios, a moeda chegou a cair a R$ 1,943 mais cedo, menor patamar durante a sessão desde maio de 2012. Na última sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,74%, a R$ 1,947, no menor valor desde 8 de maio de 2012.

Nesta segunda, o Banco Central vendeu 20 mil contratos de swap cambial reverso em leilão, movimentando o equivalente a US$ 999,7 milhões, segundo o Valor Online. A oferta total era de até 30 mil papéis, ou US$ 1,5 bilhão. Os contratos têm vencimento em 2 de maio de 2013.

O swap cambial reverso é um derivativo que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro. É o primeiro leilão desse tipo desde 15 de fevereiro.

O mercado operava na expectativa por uma intervenção desde sexta-feira, quando o dólar rompeu o nível de R$ 1,95, considerado por muitos analistas como um piso informal imposto pelo Banco Central.

Para o mercado, a intervenção do BC nesta terça foi um recado claro de que a manutenção do dólar abaixo desse patamar não será permitida, já que a taxa de câmbio mais valorizada poderia atrapalhar a competitividade da indústria. A atuação mesmo em um quadro de menor instabilidade endossa essa percepção, diz a agência Valor Online.

Atuação do BC
O BC já havia defendido a taxa de R$ 1,95 em duas ocasiões em fevereiro, também via swaps cambiais reversos. Desde então, o dólar vinha oscilando acima desse nível. Mas a divulgação na sexta-feira de que a inflação em fevereiro voltou a ficar acima do esperado reforçou entre agentes a percepção do câmbio como âncora para os preços, levando o dólar a perder o suporte de R$ 1,95 sem que o BC atuasse.

Com a venda dos swaps reversos hoje, o BC volta a ficar com posição comprada em dólar no mercado futuro, após ter zerado sua exposição recentemente.

Para o gerente de câmbio de um banco nacional, a atuação do BC hoje deve levar o mercado a evitar cravar novas mínimas nos próximos dias, mas não altera o viés de queda do dólar, que deve ganhar força com os embarques da safra de soja até maio.

"Por outro lado, se o BC aumentar mesmo a Selic, o dólar pode se recuperar mais para perto de R$ 2, já que a função de controlar os preços ficaria mais restrita ao juro", diz o gerente, ponderando que o aumento do diferencial entre os juros doméstico e externo - que ocorreria por meio de uma alta da Selic - ainda não seria suficiente para atrair capital especulativo com potencial para desvalorizar a moeda americana. "Precisaria ter um aumento [da Selic] muito alto, no mínimo de dois pontos percentuais. E não se espera uma alta assim, pelo menos não agora", afirma.

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