27/03/2013 15h35 - Atualizado em 27/03/2013 15h35

Leilão para exploração de gás deve ser em fins de outubro, diz ANP

Pinguelli faz críticas a documento da CGU em inauguração de laboratório.
Núcleo pesquisa processos de escoamento de óleo e gás.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

A Agência Nacional de Petróleo confirmou para o fim de outubro a 12ª rodada de leilões de blocos exploratórios, este exclusivamente para gás. Tatiana Moreira, do setor de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico da ANP disse nesta quarta-feira (27) que a agência está finalizando os estudos dos blocos a serem ofertados para levar a proposição ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

“A agenda está apertada, mas vai dar tempo, os blocos ainda não estão definidos, mas acredito que sejam de amplo interesse”, disse.

Na inauguração do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF), da Coppe/UFRJ nesta quarta, no Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Cidade Universitária, ela fez elogios às cláusulas de conteúdo local nos editais para licitação dos blocos, que, segundo disse, “estão demonstrando resultados e devem continuar servindo para o crescimento e o desenvolvimento do país”.

Tatiana afirmou que apesar de, em alguns casos, pedirem ajustes, as empresas do setor de óleo e gás aceitam a cláusula, que pede uma média de 65% de conteúdo local, pois entendem a importância do conteúdo local para o desenvolvimento do país e estão buscando o cumprimento das obrigações tanto locais quanto globais.

“A ANP fica feliz de ver o resultado da aplicação de recursos num laboratório de excelência, é gratificante e vai ajudar muito com projetos para o setor de óleo e gás”, disse ela sobre o empreendimento da Coppe.

Já o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, voltou a fazer duras críticas ao texto produzido pela Controladoria Geral da União (CGU) em parceria com o Ministério da Educação que, segundo ele, fere a autonomia universitária. 

“Se a cartilha for seguida à risca, nenhum professor em dedicação exclusiva poderá possuir ações de empresas, nem mesmo da Petrobras ou do Banco do Brasil, o que é um absurdo. Também não poderá participar de sociedade privada, logo os pesquisadores terão que abdicar de sociedades científicas, como a SBPC, e de outras, como o Clube de Engenharia”, explicou Pinguelli.

Átila Pantaleão (Foto: Lilian Quaino/G1)Átila Pantaleão (Foto: Lilian Quaino/G1)

O texto é uma coletânea de 122 perguntas e respostas formuladas e respondidas por auditores da CGU sobre a gestão de recursos das instituições federais de ensino superior, e deverá ser enviado às universidades federais pelo Ministério da Educação. O ministro Jorge Hage, da CGU, explicou que a coletânea é só um conjunto de explicações das leis sobre o ensino superior, que não inova e não tem caráter impositivo.

“A CGU não combate a roubalheira e perturba quem quer trabalhar. O laboratório é a resposta para quem devia fazer algo mais útil do que atrapalhar quem quer trabalhar”, disse.

Para Átila Pantaleão Silva Freire, coordenador do Nidf, as universidade têm um papel social claro.

“Conhecimento é questão de estado e as universidades são depositárias do conhecimento da humanidade. Um laboratório desses tem impacto na formação dos alunos, e tem a função de fazer expandir a fronteira do conhecimento”, disse.

Já para José Roberto Fagundes Neto, gerente-geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Geoengenharia e Engenharia de Poço da Petrobras, o laboratório é de grande importância para a formação dos alunos por que, mais do que a geração e o armazenamento de conhecimento, a universidade vai propor aos alunos que busquem soluções reais para desafios reais.

Para ele o laboratório tem os três pilares de inovação em qualquer área: ampla competência técnica, excelente infraestrutura, e recursos.

Ele ressaltou que a relação com a universidade gera benefícios para a empresa e vai se perpetuar com projetos para os desafios do pré-sal e da manutenção das reservas.
“É a garantia de continuidade da inovação”, disse.

Nidf
Processos que reduzam o tempo de separação óleo-água integram os principais projetos em desenvolvimento no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (Nidf), um conjunto de três laboratórios que a Coppe/UFRJ inaugurou nesta quarta no Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Cidade Universitária.

O Nidf é o primeiro no Brasil a reunir num só local (uma área de 5.400 metros quadrados) um conjunto de laboratórios que estudam de forma complementar e integrada o processo de escoamento de óleo e gás. Fazem parte do núcleo os laboratórios de Separadores Compactos (LSC), de Escoamentos Multifásicos em Tubulações (LEMT) e de Tecnologia de Engenharia de Poços (LTEP) nos quais serão realizados estudos e ensaios relacionados a processos de perfuração, completação e intervenção de poços de petróleo, elevação artificial e separação primária.

O Nidf tem investimento majoritário da Petrobras, por meio da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e recursos adicionais repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Autoriades na inauguração do Nidf (Foto: Lilian Quaino/G1)Autoridades na inauguração do Nidf (Foto: Lilian Quaino/G1)
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