14/03/2013 18h22 - Atualizado em 15/03/2013 01h22

Brasileiro vai de ônibus com o Papa Francisco para missa e tira foto

Fato ocorreu no deslocamento entre a Casa Santa Marta e a Capela Sistina.
Pontífice ficou sentado ao lado do cardeal brasileiro Dom Raymundo.

Eduardo CarvalhoDo G1, em São Paulo

A imagem ao lado mostra o Papa Francisco sorridente ao lado do cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno (Foto: Frederico Henrique de Oliveira/Canção Nova)A imagem mostra o Papa Francisco sorridente e ao seu lado o cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno (Foto: Monsenhor Antônio Luiz Catelan)
Imagem mostra o Papa Francisco sentado no ônibus conversando com um religioso. Sentado ao seu lado esquerdo está o cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno (Foto: Frederico Henrique de Oliveira/Canção Nova)Imagem mostra o Papa Francisco no ônibus conversando com um religioso. A marcação, feita pelo missionário brasileiro Frederico Oliveira, mostra o pontífice (de branco) sentado e do seu lado esquerdo está o cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno (Foto: Frederico Henrique de Oliveira/Canção Nova)

Um brasileiro registrou o momento em que o Papa Franciscoescolheu fazer de ônibus o trajeto entre a Casa Santa Marta, local onde os cardeais estavam alojados durante o conclave, e a Capela Sistina, onde pouco depois ele celebrou sua primeira missa nesta quinta-feira (14) como novo líder da Igreja Católica.

Frederico Henrique Oliveira, morador de São Paulo e missionário da Canção Nova, disse ao G1 que todos os cardeais e religiosos presentes no ônibus levaram um susto quando o pontífice entrou no veículo e escolheu se sentar ao lado de Dom Raymundo Damasceno, cardeal arcebispo de Aparecida (SP).

“Durante o curto trajeto entre a Casa Santa Marta e Capela Sistina, ele ficou conversando com Dom Raymundo. Todos que estavam no ônibus ficaram felizes com o que estava acontecendo”, disse Oliveira.

O brasileiro, que estava no ônibus “pegando uma carona” entre o colégio Pio Brasileiro e as proximidades da Capela Sistina, disse ainda que teve a oportunidade de conversar com o novo Papa.

O colégio abrigou os cardeais Dom Odilo Scherer, Dom Raymundo Damasceno e Dom Geraldo Majella antes do conclave.

“Ele foi muito acessível e muito agradável. Inclusive disse a ele logo que chegamos [à Capela Sistina] que minha mulher está esperando nosso segundo filho e que vamos mudar seu nome para Francisco, em homenagem a ele. O Papa agradeceu, sorriu e disse ‘grazie’ [obrigado, em italiano]. Ele entendeu perfeitamente tudo o que disse em português”, disse Oliveira.

Conversa "entre dois amigos"
O cardeal Dom Raymundo Damasceno disse ao G1 que a conversa que teve com o pontífice foi "breve, informal e pessoal". "Não foi nada de especial, conversamos como conversam dois velhos amigos, já que nós somos conhecidos", disse Dom Raymundo.

Ele contou que aproveitou a oportunidade para reforçar o convite ao Papa para que, durante a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho, no Rio de Janeiro, ele "estique" sua visita até Aparecida. "Reforcei o convite em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil", disse o religioso se referindo à CNBB, órgão da Igreja Católica do qual é presidente.

Imagem mostra o Papa Francisco (de branco) sentado no ônibus em meio a cardeais e religiosos (Foto: Frederico Henrique de Oliveira/Canção Nova)Nova foto mostra o Papa Francisco (de branco) sentado no ônibus em meio a cardeais e religiosos (Foto: Monsenhor Antônio Luiz Catelan)

Primeira missa
O Papa Francisco celebrou na Capela Sistina, diante dos 114 cardeais que o elegeram na véspera, a primeira missa do seu pontificado. Ele disse que a Igreja Católica deve se concentrar no Evangelho de Jesus Cristo, caso contrário, corre o risco de se transformar em uma "ONG piedosa".

"Se não professamos Jesus Cristo, nos converteremos em uma ONG piedosa, não em uma esposa do Senhor", disse, durante a homilia, que durou sete minutos.

Francisco assumiu o comando da Igreja de 1,2 bilhão de fiéis em um momento de disputas e intrigas, com o Vaticano abalado por uma série de escândalos de abuso sexual, acusações de disputas internas de poder e por alegações de má conduta financeira. "Temos de andar sempre na presença do Senhor, na luz do Senhor, sempre tentando viver de forma irrepreensível", disse, em uma fala simples e carregada de referências bíblicas.

O sucessor de Bento XVI também disse que, quando os fiéis "caminham sem a Cruz, edificam sem a Cruz e professam sem a Cruz", "não somos discípulos do Senhor". "Podemos ser leigos, podemos ser bispos, sacerdotes, cardeais, Papas, mas não discípulos do Senhor", disse, sem recorrer a anotações.

O novo Papa afirmou que "quem não reza ao Senhor, reza ao diabo, já que quando não se proclama Cristo, se proclama a mundanidade do diabo, do demônio". A missa foi celebrada em latim, com algumas leituras em italiano.

Ela encerrou o conclave que elegeu o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como 266º pontífice da Igreja Católica. O sermão do Papa Francisco contrastou com o de seu antecessor, Bento XVI, que leu sua primeira homilia em latim em 2005.

Bento abdicou no mês passado, de forma surpreendente e inédita para a Igreja moderna, afirmando que não tinha mais força para liderar os católicos. Na terça-feira (19), Dia de São José, ocorre a grande cerimônia de entronização do novo pontífice.

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