02/04/2013 17h06 - Atualizado em 02/04/2013 17h07

Após dia de instabilidade, dólar fecha em leve baixa sobre o real

Moeda norte-americana fechou em queda de 0,05%, para R$ 2,0209.
Investidores evitam apostas agressivas diante de vigilância do BC.

Do G1, em São Paulo

O dólar comercial fechou em leve queda em relação ao real nesta terça-feira (2), em meio a um maior apetite por risco nas praças financeiras internacionais, após dados industrais na zona do euro um pouco melhores do que as expectativas. A sessão, contudo, foi pontuada por fluxos cambiais pequenos. Investidores evitavam apostas mais agressivas no câmbio diante da constante vigilância do Banco Central, diz a agência Reuters.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,05%, para R$ 2,0209 na venda. Veja a cotação.

"O volume ainda está pequeno, o que faz com que o mercado fique lateralizado como estamos vendo", afirmou o gerente de câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos, à agência Reuters.

A expectativa de atuação do BC no mercado de câmbio segurava oscilações expressivas, de acordo com analistas, que vêem o dólar sendo negociado dentro de um intervalo estreito, cujo limite inferior seria R$ 1,95 o superior, perto de R$ 2.

Em audiência no Senado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a afirmar que a autoridade monetária está sempre pronta para intervir no mercado, para assegurar que ele funcione "em todas as suas dimensões."

"A gente tem visto o gringo tirando muito dinheiro daqui. Ointervencionismo (do governo na economia) afeta o investimento a longo prazo e faz com que o investidor estrangeiro corra do Brasil", afirmou Santos, da Icap.

A última intervenção do BC no mercado de câmbio ocorreu na  semana passada, quando o dólar se aproximava de  R$ 2,03, com saídas de divisas do país estimuladas pela aversão global a risco resultante da crise financeira do Chipre.

Dados do BC divulgados na semana passada mostraram que o fluxo cambial - entrada e saída de moeda estrangeira do país - registrou superávit de 264 milhões de dólares em março até o dia 22, mas que ainda está negativo em US$ 2,227 bilhões no ano.

Segundo o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, uma leitura um pouco melhor do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro e dados positivos da economia norte-americana ajudavam a sustentar o humor nas praças financeiras internacionais.

O gerente de câmbio da Icap destacou ainda que o mercado de câmbio deve continuar a sofrer com saídas de dólares do país. "O dólar continua seguindo um cenário tomador. Se  houver fluxo (de entrada) num dia como hoje, o mercado realiza. Abril pode ser um mês em que vejamos o mercado testando o BC em vários momentos", disse Santos.

Na cena doméstica, o IBGE informou que a produção industrial brasileira caiu 2,5% em fevereiro frente a janeiro. Analistas consultados pela Reuters esperavam queda de 2,05% no período, segundo mediana das projeções.

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