A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) admitiu que
cometeu um erro na certidão de óbito do jornalista argentino Jorge López, morto
em um acidente de carro em Guarulhos (SP) durante a Copa do Mundo. Embora o episódio tenha
acontecido em 9 de julho, o documento indica que o fato ocorreu um dia
antes – a Polícia Civil garante que vai corrigir o equívoco.
A resposta da SSP ocorre depois de a noiva de López, a
também jornalista Verónica Brunati, ter iniciado uma campanha na Internet pedindo justiça que contou a participação de nomes como Maradona, Diego Simeone e Robinho.
Segundo ela, a polícia brasileira mentiu sobre detalhes do caso, e nenhuma
autoridade (governo, Fifa ou Comitê Organizador Local) prestou apoio à família. De acordo
com a secretaria, outra acusação da argentina, de que haviam sido colocadas as armas dos ladrões na mochila do noivo, não procede.
- Em relação à data da certidão de óbito, houve um equívoco
no preenchimento, que já está sendo corrigido pela Polícia Civil, para
posterior comunicação à Justiça. Sobre a afirmação de que armas foram colocadas
dentro da mochila da vítima, o delegado titular do 1º Distrito de Guarulhos,
Edson Silveira, informa que não houve apreensão de mochila da vítima. A
pistola calibre 635 e o revólver calibre 32 foram apreendidos com os criminosos
– diz o comunicado da SSP, em resposta ao GloboEsporte.com.
Jorge, de 38 anos, estava no Brasil trabalhando para a rádio
"La Red" e o jornal "Olé", da Argentina, e o jornal
"Sport", da Espanha. Ele morreu em um acidente de carro na madrugada
do dia 9 de julho, depois que o táxi em que estava foi atingido por um veículo
pilotado por bandidos que fugiam da polícia. Dois dos três assaltantes estão presos. Mas um está solto por ser menor de idade.
Verónica soube do acidente apenas oito horas depois, pelo
Twitter, por causa de uma mensagem do técnico Diego Simeone. López estava com a
credencial da Copa no pescoço na hora do acidente e carregava consigo dados do
hotel onde estava, segundo a noiva. Entretanto, a polícia afirma que não
apreendeu a credencial.
- Estavam presentes no 1º DP de Guarulhos a
cônsul geral adjunta da Argentina, Ana Peñaloza, e Daniel Fava, amigo da
vítima, como relatado em boletim de ocorrência – esclareceu a secretaria, em
resposta à acusação de que não entrou em contato com os familiares de López.
NOIVA CONTESTA VERSÃO
Insatisfeita com as investigações do acidente, Verónica
iniciou na Internet a campanha #justiciaparatopo (“Justiça para Topo”, apelido
do jornalista). Diversas personalidades do futebol aderiram, como Diego
Maradona, Diego Simeone, Di María e o brasileiro Robinho.
Ao tomar conhecimento da resposta da SSP, Verónica contestou a versão sobre as armas na mochila de López. Ela pretende processar os responsáveis pela morte do noivo. A CBF e o Comitê Organizador Local da Copa ainda não se manifestaram sobre o caso.
- As armas estavam na mochila de meu marido, e nossas testemunhas declaram isso em juízo. Nem a polícia nem outro organismo do Brasil se colocou em contato conosco nem com as empresas para as quais Jorge trabalhava para avisar de sua morte. Nós nos inteiramos pelos meios de comunicação e ligamos para a embaixada argentina para avisá-los. Nenhum membro da polícia nem funcionários do Brasil deram assistência a mim ou à minha família. Nem sequer vieram ao hotel - afirmou a jornalista.