21/01/2013 15h13 - Atualizado em 21/01/2013 15h35

Com déficit de US$ 2,7 bilhões, balança tem pior janeiro em 19 anos

Dado parcial de janeiro foi divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento.
No acumulado até 20 de janeiro, déficit já é o dobro do recorde anterior.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O ano de 2013 começou mal para a balança comercial brasileira. Informações divulgadas nesta segunda-feira (21) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) revelam que as importações foram maiores do que as exportações, resultando em déficit comercial, no valor de US$ 2,7 bilhões na parcial de janeiro, até este domingo (20).

Se confirmado para todo o mês, será o maior déficit comercial para janeiro de toda a série histórica da balança comercial disponibilizada pelo Ministério do Desenvolvimento, que tem início em 1995. Até o momento, o pior resultado comercial para meses de janeiro havia sido registrado justamente em 2012, quando foi contabilizado um déficit de US$ 1,3 bilhão. Deste modo, o saldo negativo, ainda que parcial de janeiro deste ano, mais do que dobrou frente ao ano passado.

Na parcial de janeiro deste ano, as exportações somaram US$ 9,49 bilhões, com média diária de US$ 730 milhões, ao mesmo tempo em que as compras do exterior totalizaram US$ 12,19 bilhões - média de US$ 938 milhões por dia útil. Sobre janeiro de 2012, as exportações recuaram 26%, enquanto que as importações avançaram 7,2%.

Razões para o déficit
O fraco saldo comercial brasileiro, registrado em 2012 e início deste ano, acontece em meio à crise financeira internacional. Com crescimento menor da economia mundial, as exportações para outros países diminuem. A crise financeira também gera acirramento da competição internacional por mercados compradores, como o Brasil, e também dificulta as vendas externas brasileiras em outras nações.

Além da crise, economistas lembram que, em julho do ano passado, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu mais prazo para a Petrobras registrar, no Siscomex (Sistema de Comércio Exterior) do governo as importações de derivados de petróleo, como combustíveis. Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Para a Petrobras, foi concedido um prazo de até 50 dias, o que retardou o lançamento, no ano passado, de operações de importação de combustíveis e lubrificantes - que podem ter sido registradas somente no início de 2013.

"Ainda há operações que precisam ser registradas no Siscomex, mas são em valores bastante inferiores ao que foi registrado até novembro [US$ 4,5 bilhões], quando boa parte das importações foi registrada", declarou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, no começo deste ano - ao comentar o resultado comercial de 2012. Dados do MDIC revelam que as importações de combustíveis subiram 51,9% em janeiro deste ano, até o dia 20.

Resultado do ano de 2012
Em todo o ano de 2012, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 19,43 bilhões, o menor saldo positivo em dez anos. Com isso, o superávit da balança comercial registrou queda de 34,7% em relação ao ano de 2011, quando o superávit totalizou US$ 29,79 bilhões.

Expectativa para 2013
Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará nova queda, atingindo cerca de US$ 15,4 bilhões.

O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 17 bilhões para 2013, com exportações de US$ 268 bilhões e importações de US$ 251 bilhões. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 18,1 bilhões neste ano.

Para ler mais notícias do G1 Economia, clique em g1.globo.com/economia. Siga também o G1 Economia no Twitter e por RSS.

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de