05/12/2012 17h03 - Atualizado em 05/12/2012 17h51

Dólar cai pelo 3º dia com nova medida, e fecha abaixo de R$ 2,10

Moeda norte-americana recuou 0,9%, cotada a R$ 2,097 na venda.
Governo reduziu para 1 ano prazo de empréstimo externo com IOF de 6%.

Do G1, com informações da Reuters

O dólar caiu ante o real pelo terceiro dia seguido nesta quarta-feira (5) após o governo anunciar mais uma medida para facilitar a entrada de divisa estrangeira no país e encerrou o dia cotado abaixo de R$ 2,10.

A moeda norte-americana recuou 0,9%, cotada a R$ 2,097 na venda. Trata-se da maior queda diária desde o dia 3 de agosto deste ano, quando recuou 1,12% no fechamento.

Na terça-feira, o dólar fechou em baixa de 0,21%, a R$ 2,1051 na venda.

Medidas do governo
Nesta quarta-feira, o governo reduziu de dois anos para um o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% no ingresso de empréstimos externos.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida irá facilitar capital de giro e investimentos no país, e justifica-se porque os cortes recentes da taxa básica de juros tornaram o Brasil menos atrativo para capitais especulativos.

A medida vem na esteira de uma série de atuações do Banco Central no início da semana e da decisão de elevar de 360 dias para 5 anos o prazo para isenção de IOF na modalidade de pagamento antecipado de exportações.

"O governo tinha fechado a torneira para a entrada de dólares. Ele já começou a abri-la ontem e hoje continuou", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

Valorização do câmbio
O mercado de câmbio viu o dólar avançar substancialmente no mês passado devido a declarações de autoridades do governo sugerindo que o real poderia se desvalorizar mais para apoiar os exportadores brasileiros.

A divulgação de um crescimento muito abaixo das expectativas deu fôlego a essa interpretação, puxando o dólar para R$ 2,13 na sexta-feira.

Segundo analistas, a escassez de dólares típica de fim de ano está colaborando para segurar o dólar em torno de um patamar mais alto, além das interpretações de que o governo quer o real mais desvalorizado para apoiar os exportadores brasileiros.

O fluxo cambial ficou positivo na semana passada devido a uma grande entrada de dólares no último dia do mês, mas os bancos mudaram suas posições na última semana, apostando na valorização do dólar.

O gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel, avalia que as recentes atuações das autoridades brasileiras mostram preocupação com a atual cotação do dólar. "Na minha cabeça, o teto ainda é R$ 2,10. Como o dólar não está caindo como eles querem, eles estão aumentando o leque de medidas", afirmou ele.

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