A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta terça-feira (19), pressionada pelo recuo de mineradoras e siderúrgicas na sessão.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, recuou 1,07%, a 56.361 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,22 bilhões. Na segunda-feira, o índice tinha fechado em alta de 0,18%, a 56.972 pontos.
As ações preferenciais da Vale recuaram 3,89%, a R$ 32,39 - no menor nível de fechamento desde 5 de setembro de 2012, quando o papel encerrou cotado a R$ 31,51. As ações ordinárias caíram 4,11%, a R$ 33,60, também menor nível de fechamento desde setembro do ano passado.
Segundo operadores, os papéis da maior produtora global de minério de ferro sofreram em meio à deterioração das expectativas para o preço do produto neste e nos próximos anos.
Em relatório, o Goldman Sachs cortou suas estimativas para os preços do minério, citando incertezas sobre a demanda chinesa. O banco também reduziu o preço-alvo para os recibos de ações (ADRs) da Vale negociados em Nova York.
"Essa perspectiva de queda no preço do minério de ferro por fatores relacionados à demanda da China acabou pesando também no setor de commodities como um todo, pressionando a Bovespa", disse o especialista em renda variável Rogério Oliveira, da Icap Brasil no Rio de Janeiro.
MMX, mineradora do grupo de Eike Batista, chegou a recuar 6,58%, mas reduziu as perdas e fechou em queda de 0,94%, após a empresa ter divulgado na noite de segunda-feira fracos resultados para o quarto trimestrede 2012.
O papel da CSN registrou a maior baixa do Ibovespa, com recuo de 6,36%, a R$ 9,28. O mercado avaliava como negativa, ao menos no curto prazo, a notícia de que a companhia segue interessada em comprar as siderúrgicas da alemã ThyssenKrupp no Brasil e nos Estados Unidos.
"Isso significa investimento e, ao menos de largada, a operação lança dúvidas sobre como a operação vai afetar a distribuição de dividendos aos acionistas", disse Oliveira.
Em sentido oposto, destaque para as ações ordinárias da empresa de cosméticos Natura e da petrolífera OGX, que subiram 2,45% e 1,62%, respectivamente.
Nos principais mercados externos, o tom da sessão foi negativo, diante de preocupações com os possíveis efeitos de eventual calote de Chipre para a crise da dívida da zona do euro.