19/03/2013 16h07 - Atualizado em 19/03/2013 16h16

Inflação deve desacelerar, diz economista-chefe do Bradesco

Octávio de Barros não descarta, porém, inflação a 6,5%.
Executivo participa de congresso de empreendedorismo.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco (Foto: Lilian Quaino/G1)Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco (Foto: Lilian Quaino/G1)

 O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, não acredita num aumento da taxa Selic se a inflação em 2013 se mantiver em 5,3%, previsão inicial do banco. Ele, porém, não descarta a possibilidade de, no acumulado de 12 meses, a inflação chegar a 6,5%.

“Para não acontecer isso, a inflação de março tem que ser 0,37% ou 0,38%”, disse ele, em evento de empreendedorismo no Rio nesta terça-feira (19).

Para ele, esse quadro não é decisivo para a mudança de atitude do Banco Central em relação a taxa de juros. 

Segundo Barros, a previsão do banco é que a inflação vai desacelerar, não só no grupo de alimentos como no de serviços.

“Temos observado dados de mercado de trabalho na área de serviços e têm desacelerado um pouco. Isso sugere que serviços vão pressionar menos a partir de abril e maio”, disse, explicando que o banco mantém sua previsão de inflação de 5,3% em 2013, com 0,25% em abril e 0,15% em maio. “No acumulado vai desacelerando”, explicou.

Ele lembrou que, em 2011, a inflação foi de 6,5%; em 2012, 5,8%, se for confirmada a taxa de 5,3%, o Banco Central “vai apostar na convergência só em 2014”.

Mas num cenário alternativo de aumento de juros, este seria moderado na métrica de 0,25% em duas, três, ou quatro vezes, disse o economista.

Dilema
Falando a empreendedores de 125 países, reunidos no Congresso Global de Empreendedorismo, que acontece no Rio até quinta-feira (25), Octávio de Barros disse que o Brasil vive um dilema dramático uma vez que a população jovem de 18 a 24 anos diminuiu de 25 milhões em 2005 para menos de 22 milhões hoje e dedica mais tempo à escolaridade, entrando cada vez mais tarde no mercado de trabalho.

“A mão de obra cresce a taxas extremamente baixas. É muito provável, inevitável até, que se promova uma política de imigração, como a Austrália e o Canadá fizeram, trazendo  pessoas para trabalhar”, disse.

Segundo o economista, a oferta de trabalhadores cresce 1,5% ao ano desde 2004, enquanto a demanda por mão de obra é de  2,4% ao ano.

“Como consequência, o desemprego cai. Temos o menor nível de desemprego da história do Brasil, contrastando com nações maduras”, disse.

O economista disse que após um processo de bancarização acelerado, quase uma “expansão selvagem do crédito”, verificado a partir de dez anos atrás, o crédito agora ingressa numa fase de maturidade e maior qualidade, tanto do ponto de vista da instituição financeira que oferece o crédito como de quem o toma.  

“Hoje temos uma relação em que a instituição financeira muda o comportamento e vai em busca do empreendedor, diferentemente de dez anos atrás, quando o banco aguardava o novo empreendedor. O Bradesco tem uma enorme gama de produtos para microempresas e pequenos empresários”, disse.

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