As favelas da Zona Sul têm muita capacidade de crescimento, e o Instituto Pereira Passos tem planejamento de inclusão produtiva para elas, disse na tarde desta segunda-feira (18) a presidente do instituto, Eduarda de La Roque, no primeiro dia do Congresso Global de Empreendedorismo, que acontece no Rio até quinta-feira (21).
Segundo Eduarda, as comunidades pacificadas têm regulamentação própria, pois são áreas de interesse especial.
“Vamos construir uma rede empreendedora. Trabalhamos três grandes eixos: cultura e moda, esporte para desenvolvimento, e empreendedorismo e capacitação”, disse Eduarda.
Ela repetiu o que o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, tem falado desde o início da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
“Beltrame sempre diz que não basta só segurança, tem que levar serviços públicos, lixo, saneamento, uma qualidade de vida compatível a cidade formal, e o desafio é inclusão produtiva em parceria com a sociedade civil e a esfera municipal e a estadual”, disse.
Para Eduarda, as UPPs são grandes integradores de políticas públicas com o setor privado e com o empreendedorismo.
Segundo disse, é preciso ter cuidado para “não nos tornarmos reféns de nosso próprio sucesso”.
Ela considera importante um planejamento integrado urbano, econômico e social para aproveitar as oportunidades do momento olímpico de modo a que esse momento deixe um legado.
“Por exemplo, para não haver favelizacão depois que as obras acabarem”, disse.
Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, “a
cidade continua partida, pois o estado tem que chegar nas comunidades, mas não com as políticas populistas que tivemos até então”.
Transparência para desenvolver parcerias público-privadas com o terceiro setor e com as universidades é uma das principais ferramentas para incrementar startups e micro e pequenas empresas, segundo Eduarda La Roque.
Para ela, o alinhamento das três esferas do poder, municipal, estadual e federal, é o cenário ideal para desenvolver o empreendedorismo no Rio.
“Hoje vemos o investimento público estimulando investimentos privados, na revitalização da Zona Portuária do Rio temos uma PPP de R$ 8 bilhões”, disse Eduarda, que chefia um instituto que fornece informações sobre a cidade para subsidiar políticas públicas para o bem-estar da população.
Economia do século 21
Segundo Júlio Bueno, o Rio tem investimentos importantes em vários setores como petróleo, gás natural, siderurgia, indústria automotiva, que, para ele, são investimentos da economia do século 20.
“O desafio é saber se a gente consegue passar para a economia do século 21, em que o empreendedorismo vai ser marcante, em que o pequeno empreendedor pensa e faz coisas grandes”, disse, ressaltando que o Estado do Rio tem investimentos de R$ 100 bilhões para os próximos anos.
“Temos que ter políticas que possam fazer florescer tecnologias de informação e startups, mas o memento nos permite ser otimistas. Temos o ambiente a favor do business, e a cultura do empreendedorismo. No Rio e no Brasil, cada vez mais as pessoas querem ser empresárias”, disse ele.
Segundo Bueno, as três maiores dificuldades da economia brasileira são inovação, educação e infraestrutura, que são ineficientes.
“Mas o Rio tem universidades de vanguarda e infraestrutura que permite o desenvolvimento de negócios com conectividade. Tem que ter políticas públicas e tributárias que favoreçam o empreendedorismo”, disse o secretário.