19/03/2013 13h36 - Atualizado em 19/03/2013 13h39

Recuperação de reservatórios é mais lenta que o esperado, diz Aneel

Relatório do ONS aponta que chuva é insuficiente para encher represas.
Governo avalia em abril se mantém termelétricas ligadas.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

O diretor-geral interino da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, afirmou nesta terça-feira (19) que as chuvas deste verão não têm sido suficientes para recuperar o nível dos reservatórios de hidrelétricas do país, como esperava o governo.

Relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informa que, no período entre dezembro de 2012 e março de 2013, a vazão nos rios que abastecem os reservatórios nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte foi “significativamente desfavorável.” Isso quer dizer que, na cabeceira desses rios, foi registrada chuva abaixo do necessário para encher as represas de maneira adequada.

“Significa, por enquanto, que os reservatórios não estão enchendo na velocidade que gostaríamos”, disse Rufino, que na semana passada assumiu o comando da Aneel no lugar de Nelson Hubner.

Questionado se os dados do ONS confirmam a necessidade de manter todas as usinas térmicas ligadas por um período maior – o governo esperava desligar pelo menos as mais caras, movidas a óleo, a partir de abril -, Rufino afirmou que essa avaliação vai ser feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

“As térmicas estão aí para isso [quando falta chuva], é como um seguro. Como a gente não consegue regular o nível da água, apenas torce para que o regime de chuva seja bom”, disse o diretor.

De acordo com o ONS, a previsão é que o subsistema Sudeste, onde estão algumas das principais hidrelétricas do país, feche o período dezembro-março com o 14º pior resultado dos últimos 82 anos para as chamadas Energias Naturais Afluentes (ENA), que é a água que chega aos reservatórios e que pode ser utilizada para gerar energia elétrica.

O relatório aponta ainda que os subsistemas Nordeste (segundo mais importante do país) e Norte devem apresentar, respectivamente, o 3º e o 20º pior resultado de ENA para o intervalo entre dezembro-março. Segundo o ONS, historicamente esse período de 4 meses contribui com 50% de toda a ENA anual nestas regiões, daí a preocupação por esse indicador estar muito abaixo do esperado.

A falta de chuvas tem obrigado o ONS a manter operando todas as usinas termelétricas disponíveis. O funcionamento das térmicas poupa água e ajuda os reservatórios a encher, mas eleva o custo da energia. Para evitar que a medida resulte em aumento da conta de luz, o governo decidiu usar dinheiro de um fundo, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), para cobrir o gasto adicional com térmicas em 2013.

O governo já informou que vai aguardar até o final de abril, quando termina o período chuvoso, para decidir se dá início ao desligamento das termelétricas. Há expectativa, porém, que pelo menos parte dessas usinas permaneçam funcionando durante o restante do ano, para ajudar na recuperação dos reservatórios evitar dificuldades em 2014.

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