20/03/2013 07h23 - Atualizado em 20/03/2013 07h25

Presidente do Chipre tentará 'planos alternativos' para crise financeira

Nicos Anastasiadis convocou reunião de emergência nesta quarta (20).
Na terça (19), parlamento rejeitou impostos sobre depósitos bancários.

Da France Press

Manifestantes protestam enquanto o comboio do presidente do país, Nicos Anastasiades, chega ao Parlamento nesta segunda-feira (18) em Nicosia, a capital do país (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Manifestantes protestam enquanto o comboio do presidente do país, Nicos Anastasiades, chegava ao Parlamento na segunda-feira (18) em Nicosia, a capital do país (Foto: Reuters)

Depois que o Parlamento do Chipre rejeitou na terça-feira (19) de forma contundente o plano de resgate financeiro para a ilha, que previa taxas sem precedentes sobre os depósitos bancários, o presidente cipriota, Nicos Anastasiadis, convocou uma reunião para esta quarta-feira (20) para examinar "planos alternativos".

O presidente disse que respeitava o resultado da votação, mas destacou que é necessário enfrentar a situação criada após a votação do Parlamento contrária ao plano.

Ao mesmo tempo, o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, está em Moscou para negociar o apoio da Rússia.

Sarris busca uma extensão do crédito de 2,5 bilhões de euros concedido por Moscou a Nicósia em 2011 e que o Chipre deve pagar até 2016. O objetivo é conseguir um momento de alívio que permita superar a tempestade financeira que afeta a ilha.

O Parlamento do Chipre rejeitou na terça-feira (19) o plano de resgate europeu para a ilha após o descontentamento provocado pela taxa sem precedentes sobre os depósitos bancários que estava sendo votada, mergulhando o país em uma grande incerteza.

O anúncio da rejeição foi recebido com uma enorme explosão de alegria diante do Parlamento, onde milhares de manifestantes estavam reunidos para dizer "não" ao texto.

"O Chipre pertence ao seu povo", "O povo unido jamais será vencido", gritava a multidão.

O plano de resgate previa, em contrapartida a um empréstimo de 10 bilhões de euros da zona do euro e do FMI para a ilha à beira da falência, uma taxa excepcional de 6,75% sobre todos os depósitos bancários de 20.000 a 100.000 euros e de 9,9% para aqueles acima desse valor limite.

O projeto, concluído em Bruxelas no sábado, incluía originalmente uma taxa de 6,75% sobre os depósitos até 100.000, mas diante da revolta generalizada provocada por essas taxas, o Chipre havia decidido isentar os depósitos de menos de 20.000 euros.

O objetivo das taxas era arrecadar 5,8 bilhões de euros.

Na ilha, os bancos, fechados desde sábado, permanecerão assim até quinta-feira (21), já que as autoridades temem uma corrida dos clientes aos caixas para retirar suas economias. A Bolsa anunciou a suspensão de suas operações na terça e na quarta-feira.

A zona do euro reafirmou a oferta de socorro financeiro ao Chipre totalizando 10 bilhões de euros, assinalou um comunicado do grupo após o Parlamento cipriota rejeitar o polêmico plano.

5º país a buscar socorro
A ilha situada no leste do Mediterrâneo é o quinto país - depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha - a buscar ajuda financeira da zona do euro na crise da dívida do bloco.

A taxa forçada sobre os depósitos bancários despertou temores de que o Chipre possa servir de laboratório na União Europeia (UE) uma vez que a condição rompe com práticas europeias anteriores, nas quais depósitos eram invioláveis.

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