A Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que avalia uma eventual operação de crédito para viabilizar o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do estádio do Corinthians, também chamado de Itaquerão. O banco informou, entretanto, que os estudos ainda estão em fase "de avaliação interna inicial".
O posicionamento do banco foi uma resposta a questionamento feito no dia 12 pelo MPF após reportagem da Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, o Corinthians e a contrutora Odebrecht estavam prestes a finalizar uma ação para destravar o financiamento do BNDES, mediante a troca do Banco do Brasil pela Caixa Econômica Federal como agente financeiro intermediário da operação.
Segundo o MPF, em documento encaminhado na terça-feira (16 ) a Caixa informou que ainda não há definição quanto à proposta de empréstimo.
“Os estudos relativos à eventual operação afeta à construção da Arena de São Paulo encontram-se em fase de avaliação interna inicial, ainda não conclusiva, sob os aspectos técnicos (jurídico, engenharia, etc), bem como em relação aos seus aspectos econômico-financeiros, não havendo, neste momento, definição quanto à proposta de empréstimo que permita um maior detalhamento da operação pretendida, sendo certo que não há previsão de celebração de contrato nem liberação de valores”, informou a Caixa, segundo o MPF.
O G1 procurou a Caixa e a Odebrecht, mas nem o banco nem a construtora quiseram se manifestar sobre o assunto.
De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, o próprio Ministro do Esporte teria confirmado a proximidade na resolução do impasse financeiro relacionado com o processo de empréstimo para a finalização das obras do estádio.
O MPF informou que também encaminhou ofício ao Ministro do Esporte indagando acerca das medidas relacionadas às garantias do financiamento e aguarda o envio das informações.
No ofício encaminhado à Caixa, o MPF pediu que o banco esclareça a diferença entre a proposta de empréstimo que a instituição pretende celebrar com os responsáveis pela obra do Itaquerão e a proposta do Banco do Brasil S/A.
Os procuradores querem saber as diferenças de garantia exigidas pela Caixa relativamente às exigências já aprovadas pela diretoria do BNDES, que apreciou a concessão de empréstimo em favor do Banco do Brasil, para que esse repassasse os recursos ao Itaquerão no âmbito do Programa BNDES para a Copa do Mundo 2014.
A falta de um acordo entre a Odebrecht e o Banco do Brasil com relação as garantias exigidas para o financiamento das obras do estádio ainda não permitiu a liberação do empréstimo.
O empréstimo de R$ 400 milhões foi aprovado em julho pelo BNDES, por meio do programa BNDES ProCopa Arenas. O BB foi escolhido como o agente financeiro intermediário da operação. Os recursos a serem repassados correspondem a 46% do investimento total da obra. O Corinthians não tem nenhuma relação com o acordo ou financiamento que a construtora fará para entregar a obra, cuja conclusão está prevista para dezembro de 2013.