RIO - Fazer uma avaliação de perfil de investidor é o primeiro passo para escolher com segurança um investimento de longo prazo para a aposentadoria, que ofereça boa rentabilidade e cujos riscos não façam ninguém perder o sono. A pedido do GLOBO, Ricardo Rochman, professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, elaborou um teste, baseado em desafios cotidianos, que permite identificar que estratégia de investimento atende melhor às necessidades do consumidor e combina com seu estilo. O teste propõe três perfis: conservador, moderado e arrojado. Para cada um deles, há uma sugestão de carteira de investimentos. (Clique aqui e faça o teste)
Segundo o professor, o perfil não é necessariamente atrelado à personalidade da pessoa. Depende mais de fatores como o patrimônio que já se acumulou ao longo da vida e do horizonte que se tem para concretizar um projeto de investimento de longo prazo:
— Se a meta for atingida antes do tempo, por exemplo, vale a pena arriscar mais, independentemente de o perfil da pessoa ser arrojado ou conservador. O que receber de excedente deve ser reinvestido.
Rochman destaca que, quanto antes se começar a poupar, mais ousado se pode ser quanto aos investimentos. Isso porque, para qualquer movimentação que ocorra no mercado, há tempo para recuperação. Também o gestor do fundo tem tempo para corrigir uma aplicação ruim e multiplicar o patrimônio para minimizar eventuais perdas. Já mais perto de a quantia desejada ser completada, a orientação é fazer apostas mais conservadoras, a fim de manter o patrimônio.
Antes de fazer o teste, alerta o especialista, é importante ter em mente o que se pretende com o investimento.
— É preciso definir que estilo de vida se quer ter ao se aposentar: morar no campo, manter o padrão de consumo atual, viajar pelo mundo ou até desenvolver uma nova carreira.
Assim como as prioridades e os objetivos pessoais modificam-se ao longo da vida, também a economia passa por mudanças. Logo, quem investe a longo prazo deve rever sua carteira de investimentos de tempos em tempos, e, consequentemente, testar novamente qual é seu perfil de investidor, afirma Rochman. O especialista alerta que é mais garantido seguir a linha de investimento que a análise de perfil indica do que apostar em conselhos de parentes e amigos, por exemplo.
— É arriscado seguir o palpite alheio, principalmente se a pessoa não tiver um profundo conhecimento de onde está investindo. O mercado financeiro está se tornando mais complexo, mas no Brasil ainda há muitas informações disponíveis: na Anbima, na Comissão de Valores Mobiliários e na Bolsa. Não existe mágica no mercado financeiro. Se alguém está oferecendo rentabilidade muito maior, os riscos certamente são muito maiores. E é preciso investigar. É fácil perder dinheiro, e muito difícil ganhar —defende.