21/04/2013 08h00 - Atualizado em 21/04/2013 14h32

Grupos de classificados virtuais atraem milhares de consumidores

Algumas das páginas de anúncios contam com mais de 60 mil integrantes.
Entre os produtos, celulares, veículos e serviços em geral são os preferidos.

Fabiula WurmeisterDo G1 PR, em Foz do Iguaçu

grupo compras internet (Foto: Reprodução)Grupo de classificados virtuais de Foz do Iguaçu tem mais
de 28 mil membros (Foto: Reprodução)

Grupos de compra, venda, aluguel e doação por meio de páginas em redes sociais têm atraído milhares de consumidores. Além de oferecer produtos e serviços, os classificados virtuais também servem como referência na hora de efetuar um negócio fora da internet.

Um dos grupos com ofertas voltadas aos consumidores de Maringá, no Norte do Paraná, por exemplo, conta com mais de 63 mil membros. Ativada no início de 2012, a página "Compro, vendo, alugo, doação e empregos em Maringá" é alimentada diariamente com anúncios como vagas de emprego, cursos preparatórios, casas para aluguel ou venda e ingressos para shows. Os administradores aproveitam a página e também vendem publicidade no espaço, através dos links patrocinados.

Segundo o universitário Marcelo Angeli, de 40 anos, um dos responsáveis pela página, a ideia surgiu em Foz do Iguaçu. “Meu irmão precisava se livrar de alguns objetos que estavam ocupando espaço na casa dele e resolveu abrir um grupo no Facebook para anunciar que estava doando algumas tranqueiras. Em pouco tempo, amigos e amigos de amigos começaram a anunciar mais doações. Depois foi a vez dos anúncios de venda de produtos novos e de prestação de serviços”, lembra.

Pouco tempo depois, Angeli se mudou para Maringá, onde por brincadeira resolveu abrir um grupo semelhante. “A recepção foi muito boa, como a do grupo de Foz do Iguaçu”, compara. Em seguida foi a vez de Santa Maria (RS). “Assim foram sendo criados grupos em diversas cidades. Mas, a brincadeira começou a ficar séria e surgiu a necessidade de conseguirmos dinheiro para administrá-los. Abrimos um site em 2012 que reúne todos os anúncios grátis e os pagos.”

Outro grupo que surpreendeu o próprio criador reúne anúncios na região de Pato Branco, no sudoeste do Paraná. Criado há pouco mais de um mês, já soma mais de 10 mil membros. "Queria anunciar alguns objetos que estava colocando à venda e tive a ideia de abrir o grupo. Para ter visibilidade e conseguir fechar negócio mais rápido fui pedindo para os amigos chamarem outros amigos para entrarem no grupo. Começou como uma brincadeira e hoje já não consigo mais dar conta de aceitar todos os pedidos", observa o servidor público Adão Alves Rodrigues Junior, ao adiantar que já está estudando formas de conseguir dinheiro extra com a nova ferramenta.

pato branco classificados (Foto: Reprodução)Recém-criado, grupo Pato Branco Anúncios reúne mais de
10 mil membros (Foto: Reprodução)

Vitrine virtual
O ivendi.com.br reúne classificados de todo o país. Os cerca de 500 anúncios divididos por categorias e regiões trazem ofertas que vão desde aparelhos de telefone celular, computadores e automóveis até cavalos, gado leiteiro e de corte e implementos agrícolas. “Entre os mais inusitados, chamou a atenção o de uma pessoa que estava vendendo uma cobra e outra procurando revendedores de abelha rainha.”

Para quem participa dos grupos nas redes sociais, a alternativa tem garantido bons negócios. A advogada Luciane Ferreira, de Foz do Iguaçu, é uma das usuárias que aderiu à novidade. “Comprei roupas, um frigobar, massas e bolos e contratei os serviços de um eletricista. Fiquei bastante satisfeita com o que consegui economizar”, conta.  “A facilidade de poder consultar preços e ver os produtos ao alcance de um clique é muito interessante e prático.”

Segundo especialistas, o social commerce já está chamando a atenção de empresas atentas ao mercado virtual. "É uma forma diferente de agir com o consumidor: não é propaganda, não é divulgação, é relacionamento. E, como qualquer relacionamento, dá trabalho", observa a consultora de marketing da Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente (Abrarec), Sandra Turchi. "Mas, quem ainda não se atentou a esse fenômeno, é melhor correr porque esta não é uma moda passageira."