Economia

Taxa de desemprego cai a 4,7% em outubro, nova mínima histórica para o mês

Renda do trabalhador subiu 2,3%, a R$ 2.122,10

RIO - A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre) ficou em 4,7% em outubro, informou nesta quarta-feira o IBGE.

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É a menor taxa para o mês desde o início da série histórica, em 2002. Em setembro, o desemprego havia sido de 4,9%, também a menor para o mês desde o início da série histórica, mas sem que houvesse aumento da ocupação. O indicador veio abaixo do esperado pelo mercado. Segundo pesquisa da Reuters com 28 analistas, a mediana das projeções apontava estabilidade em 4,9%.

A taxa média de desemprego nos dez primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período de 2013 está em 4,9%, 0,7 ponto percentual menor que o mesmo período do ano passado na comparação com o ano anterior, quando fora de 5,6%.

RENDIMENTO NO MAIOR PATAMAR DA SÉRIE HISTÓRICA

Em outubro, o contingente de desocupados somou 1,1 milhão. A renda do trabalho ficou em R$ 2.122,10, alta de 2,3% em relação a setembro e de 4% em relação a outubro de 2013. A massa de rendimento real habitual somou R$ 50,1 bilhões em outubro, alta de 3,1% frente a setembro.

É o maior patamar de rendimento em todos os meses desde o início da série histórica em março de 2002. Ao longo de 2014 o rendimento vem crescendo mês a mês. Na média dos dez primeiros meses na comparação com o mesmo período do ano passado, a renda sobe 2,8%.

Segundo Adriana Beringuy, em outubro, as maiores contribuições para o aumento da renda ocorreram no comércio e outros serviços, que juntos são responsáveis por mais de 30% da ocupação. Eles subiram 1,3% e 3,6%, respectivamente em relação a setembro. A indústria também contribuiu. O segmento teve o maior aumento percentual da renda: 6,4% Foi o maior avanço para a indústria desde fevereiro de 2007, quando o avanço fora de 9,3%. O setor emprega cerca de 15% da ocupação.

A ocupação voltou a aumentar no mês passado. Foram 175 mil postos, uma alta de 0,8% em relação a setembro. Já na comparação com outubro do ano passado, houve estabilidade e continuidade no processo de saída de pessoas do mercado de trabalho.

— O comportamento de ocupação tem se mantido estável, não tem apresentado variações estatisticamente significativas (em 2014). Em outubro especificamente houve variação positiva. Foram variações pequenas e espalhadas pelas diversas atividades econômicas — afirma Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento.

NO RIO, DESEMPREGO AUMENTA

Salvador mostrou a melhor evolução na taxa de desemprego entre as regiões. Houve redução de 1,8 ponto percentual na taxa de desocupação na passagem de setembro para outubro: a taxa passou de 10,3% para 8,5%. A taxa de desocupação no Rio subiu de 3,4% para 3,8 % e foi superada por Belo Horizonte como a região com menor taxa de desemprego: 3,5%.

Na média das seis regiões, a construção civil aumentou em 3,1% as vagas em relação a setembro, o maior avanço entre as atividades.

Neste ano, a taxa de desemprego nas principais capitais tem se mantido baixa em razão da desistência das pessoas de procurar emprego.

CAGED MOSTROU PERDA DE VAGAS EM OUTUBRO

Dados já divulgados pelo Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram, pela primeira vez, saldo negativo de vagas formais no mês passado. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho (MTE), foram 30.283 vagas a menos, resultado de 1.718.373 admissões e 1.748.656 demissões, o pior saldo para meses de outubro desde 1999.

Em outubro do ano passado foram criados 94.893 empregos. No acumulado do ano foram criados 912.287 empregos. Os dados referem-se ao saldo entre admissões e demissões sem ajuste, ou seja, sem as informações enviadas pelas empresas fora do prazo.

Os números foram puxados pelos setores da construção civil, que fechou 33.556 vagas, da agricultura, que respondeu por 19.624 demissões e pela indústria, onde foram destruídos 11.849 postos.