27/06/2013 18h20 - Atualizado em 27/06/2013 19h02

Grupo faz protesto dentro da Câmara de Vereadores em São Vicente, SP

Manifestantes cobram explicações sobre o reajuste das tarifas.
Grupo entrou na sessão gritando "Passe livre já".

Do G1 Santos

Grupo faz protesto dentro da Câmara de Vereadores em São Vicente, SP (Foto: Leandro Campos/G1)Grupo faz protesto dentro da Câmara de Vereadores em São Vicente, SP (Foto: Leandro Campos/G1)

Cerca de 30 manifestantes se reuniram na porta da Câmara de Vereadores de São Vicente, no litoral de São Paulo, no fim da tarde desta quinta-feira (27). Eles cobraram explicações sobre os reajustes das tarifas dos ônibus intermunicipais e das lotações que fazem o transporte municipal.

A manifestação começou por volta das 18h, dentro da Câmara, antes do início da sessão dos vereados. O grupo entrou no plenário gritando "passe livre já", e parte dos jovens carrega cartazes e apitos. Os manifestantes, a maior parte jovens estudantes, vão aguardar o final da sessão para conversar com o presidente da Câmara Fernando Bispo da Silva. Até o momento o protesto é pacífico e é acompanhado pelos guardas municipais.

Grupo faz protesto dentro da Câmara de Vereadores em São Vicente, SP (Foto: Leandro Campos/G1) Vereadores em São Vicente
(Foto: Leandro Campos/G1)

Um dos organizadores falou sobre o protesto. "O intutito é fazer com que as autoridades nos ouçam, e chamar a população para que acordem, venham para as ruas. Hoje tem muitas pessoas criticando a Copa, mas as pessoas ficam no sofá e não comparecem à Câmara. Nesta quinta-feira tem a votação da lei de diretrizes orçamentárias, é um dia importante, e poucas pessoas participam", explica Ivo Mendes da Silva.

Ainda de acordo com Ivo, o grupo quer um encontro com o prefeito da cidade Luis Claudio Bili. "É um absurdo você pagar R$ 3,55 (ônibus intermunicipais) no trajeto de São Vicente até Santos. Inclusive só no percurso da cidade é R$ 2,70 (lotações). O prefeito fez declarações de que o transporte na cidade é barato, mas não é. Você comprometer quase R$ 200 no transporte é um absurdo. Nós queremos passe livre", completa. De acordo com os vereadores, a resposta sobre uma possível reunião com o prefeito será dada em até seis dias.

Protestos na região
Os protestos na Baixada Santista começaram no dia 13 de junho. Em Santos, os manifestantes fecharam as ruas do Centro contra o aumento das tarifas de ônibus. Os túneis ficaram fechados para a passagem dos jovens. No dia seguinte, os manifestantes deitaram no chão durante o protesto na Praça da Independência. No sábado (15), terceiro dia de protestos no município, as pesssoas se reuniram na avenida praia em Santos e seguiram em passeata em direção à divisa com São Vicente.

Protestos reuniram mais de 2 mil pessoas em Praia Grande, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Protestos reuniram mais de 2 mil pessoas em
Praia Grande, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)

Na segunda-feira (17), ainda em Santos, os manifestantes saíram da Avenida Conselheiro Nébias e chegaram até a balsa. A avenida da praia ficou fechada nos dois sentidos e a polícia estima que, pelo menos, mil pessoas participaram do movimento. Um grupo que saiu de Guarujá se uniu aos manifestantes de Santos na travessia, bloqueando o serviço.

Já na terça-feira (18), os manifestantes se reuniram na porta do sindicato dos Bancários para discutir sobre o movimento em Santos. Houve outros protestos em São Vicente e Cubatão na terça-feira, onde prédios públicos foram depredados, lojas saqueadas e ônibus queimados.

Na quarta-feira (19), os protestos se concentraram em Guarujá, onde cerca de 50 pessoas partiram da Praça Horácio Lafer e caminharam até a Praça dos Emancipadores, no bairro Pitangueiras. Em São Vicente, houve uma onda de violência, vandalismo e saqueamento de estabelecimentos comerciais que se alastrou pela Área Continental da cidade e alguns bairros da região central. Esses atos não têm ligação com as reivindicações originadas pelo movimento Passe Livre.

Na sexta-feira (21), os protestos aconteceram em São Vicente e Peruíbe. Em São Vicente, cerca de 500 manifestantes partiram da Praça Tom Jobim, no bairro Biquinha, e foram em direção à divisa com Santos. Em Peruíbe, centenas de moradores se reuniram para protestar na cidade. Eles saíram da ferrovia e seguiram até a Câmara Municipal. Não houve registro de vandalismo.

Manifestantes interditam Cônego Domênico Rangoni em Cubatão, SP (Foto: Nivaldo Tomazini/TV Tribuna)Manifestantes interditam Cônego em Cubatão, SP
(Foto: Nivaldo Tomazini/TV Tribuna)

Sábado (22), as manifestações ocorreram pela primeira vez em Praia Grande, reunindo duas mil pessoas. Um policial militar ficou ferido após ser atingido por um rojão durante o protesto. Uma viatura também teve o vidro quebrado com uma pedrada. Em Mongaguá, também houve protestos, com a participação de cerca de 300 pessoas. Um homem foi preso ao passar de moto por lojas da cidade mandando os comerciantes fecharem as portas, sob o risco de assaltos. Já em Guarujá, a manifestação ocorreu de forma pacífica, reunindo aproximadamente 500 pessoas.

Nesta segunda-feira (24), um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia em Cubatão (SP). A Rodovia Cônego Domênico Rangoni foi fechada e a situação estava pacífica por toda a manhã. Porém, vândalos começaram a jogar pedras na PM, colocaram fogo em pneus e despejaram a carga de um caminhão na pista. Em Santos, um grupo de cerca de 20 pessoas caminhou pelas ruas dos bairros Gonzaga e Boqueirão. A manifestação foi atrapalhada pela chuva, já que estava prevista a participação de cerca de 3 mil pessoas.

Nesta terça-feira (25) cerca de 70 pessoas participaram de um novo protesto em Santos, no litoral de São Paulo, para dar continuidade aos atos que tiveram início com o movimento Passe Livre, e que agora abrange as mais diversas reivindicações. Por volta das 19h, o grupo estava concentrado na Praça Independência, no bairro Gonzaga.

Na quarta-feira (26), pela segunda vez na semana, os  moradores de Itanhaém, no litoral de São Paulo, se reuniram para protestar. O grupo se concentrou em frente à prefeitura da cidade, pedindo melhorias na educação, saúde e transporte público. Já em Bertioga, os moradores realizaram uma passeata pelas ruas da cidade.

No Vale do Ribeira, as manifestações aconteceram em Registro, Miracatu, Iguape, Pedro de Toledo e Cajati.

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Manifestantes durante protesto em Santos, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Manifestantes durante protesto em Santos, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)