28/06/2013 14h13 - Atualizado em 28/06/2013 14h13

Divulgadores da Telexfree fazem carreata em Vitória

Manifesto é contra a decisão da Justiça suspender atividades da empresa.
Ministério da Justiça anunciou a abertura de processo contra a Telexfree.

Mariana PerimDo G1 ES

  •  
Divulgadores da Telexfree saíram em carreata em Vitória para defender a empresa e protestar contra decisão da justiça. (Foto: Leandro Nossa/G1 ES)Divulgadores da Telexfree saíram em carreata em Vitória para defender a empresa e protestar contra decisão da justiça. (Foto: Leandro Nossa/G1 ES)

Dezenas de divulgadores da Telexfree saíram em carreata no início da tarde desta sexta-feira (28), em Vitória, para protestar contra a decisão da justiça do Acre, que suspendeu pagamentos e novas adesões à empresa. Eles saíram da Praça dos Namorados, na Praia do Canto, seguiram pela avenida Dante Michelini e retornaram em direção à sede da empresa, na avenida Nossa Senhora dos Navegantes, na Enseada do Suá. A manifestação durou cerca de uma hora. Segundo os divulgadores, a intenção é defender a empresa. O Ministério da Justiça informou, nesta sexta-feira (28), que o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) da Secretaria Nacional do Consumidor também instaurou um processo administrativo contra a empresa.

No último dia 18, a juíza Thaís Borges, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, no Acre, julgou favorável a medida proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre  para suspender as atividades da Telexfree. Com a decisão da juíza, foram suspensos os pagamentos e a adesão de novos contratos à empresa de marketing multinível Telexfree até o julgamento final da ação principal, sob pena de multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento e de R$ 100 mil por cada novo cadastramento. A magistrada afirma que a decisão não configura o fim da empresa, apenas suspende suas atividades durante o processo investigativo.

O divulgador Ralf Coutinho, que participou da carreata em Vitória, trabalha com a Telexfree desde agosto de 2012 e é contra a decisão da justiça. “Estamos defendendo a empresa em uma manifestação pacífica, porque achamos a decisão da juíza um tanto insana. Cada um tem uma história para contar. Temos cerca de 1,5 milhão de divulgadores querendo voltar a trabalhar e uma pessoa impede isso. Nunca deixei de receber em dia da empresa”, disse.

Ministério da Justiça investiga o caso
O Ministério da Justiça informou nesta sexta-feira (28) que o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) da Secretaria Nacional do Consumidor instaurou processo administrativo contra a Telexfree por indícios de formação de pirâmide financeira. Segundo o ministério, a empresa estaria ofendendo os princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veiculação de publicidade enganosa e abusiva. Caso seja confirmada a violação aos direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, a empresa poderá ser multada em mais de R$ 6 milhões, segundo o governo.

Procurado pelo G1, o advogado da empresa, Horst Fuchs, negou qualquer ocorrência de fraude ou prática de pirâmide financeira. "Vamos nos defender e colaborar com todas as investigações, como sempre fizemos, para mostrar que o que a Telexfree faz não é pirâmide e sim marketing de rede", disse o advogado. "Já faz um ano que a empresa está sendo investigada, mas a questão é que não há no país uma legislação que trate de marketing de rede. Por isso, exortamos que o Congresso legisle sobre esta matéria", acrescentou.