28/06/2013 19h32 - Atualizado em 28/06/2013 19h33

Manifestação de duas horas reúne cerca de 150 no Derby, no Recife

Melhorias nos transporte e veto ao ato médico e à cura gay foram temas.
Caminhada e interrupção da Agamenon geraram congestionamento.

Do G1 PE

Manifestação contra o projeto da chamada cura gay (Foto: Alexandre Morais / G1)Projeto da chamada cura gay foi alvo de manifestação, no
Recife (Foto: Alexandre Morais / G1)

Durou cerca de duas horas a manifestação que se concentrou no bairro do Derby, área central do Recife, na tarde desta sexta-feira (28). Por volta das 18h45, o grupo de aproximadamente 150 pessoas que protestava por melhores condições no transporte, contra a cura gay e contra o ato médico começou a dispersar. A Polícia Militar acompanhou a mobilização, sem interferir.

Inicialmente, profissionais de saúde - terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas - se concentraram na esquina das avenidas Agamenon Magalhães e Conde da Boa Vista; quando o sinal fechava, o grupo ocupava as faixas de pedestre e mostrava os cartazes, saindo assim que o semáforo abria. Aprovado no plenário do Senado na semana passada, o ato médico lista uma série de procedimentos que só poderão ser realizados por médicos formados. Pelo texto, serão privativos dos formados em medicina atividades como diagnóstico de doenças, prescrição de medicamentos, cirurgias, internações, altas hospitalares, entre outros.

Com a mobilização aumentando, o grupo passou a gritar palavras de ordem pedindo o veto da presidente Dilma Rousseff ao ato médico, com refrões como "Se Dilma não vetar, a saúde vai parar".  A maior adesão permitiu aos manifestantes ocupar a avenida independentemente do sinal, interrompendo de fato o trânsito, no sentido Recife/Olinda. Alguns motociclistas chegaram a subir o canteiro central para tentar furar o bloqueio.

"Vim pedir para a Dilma vetar o ato médico, aprovado na surdina. Esse projeto é inconstitucional, porque uma área invade a outra", apontou o fisioterapeuta Ernani Barbosa. "O ato médico regulamenta a medicina, mas interfere na área de atuação das demais categorias de saúde, como psicologia, enfermagem, nutrição, educação física. Como prevê a lei, torna privativo do médicos alguns procedimentos das demais categoria", afirmou a psicóloga Louise Magalhães, que atende pelo Sistema Único de Saúde.

Ato médico foi alvo de protesto no Recife (Foto: Alexandre Morais / G1)Ato médico foi alvo de protesto no Recife
(Foto: Alexandre Morais / G1)

Outro grupo, de aproximadamente 30 pessoas, saiu da Zona Sul em caminhada em direção ao bairro do Derby. Por volta das 17h30, eles passaram a pé sobre o viaduto que leva à comunidade da Joana Bezerra, no sentido Recife-Olinda, gerando um grande congestionamento. Com máscaras em alusão ao grupo Anonymous, eles diziam estar ali para mostrar a quem anda de carro o que sofrem as pessoas que dependem do transporte público.

Por fim, manifestantes contrários ao projeto da chamada "cura gay", que foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC), também engrossaram o coro da mobilização. "Ser gay não é doença. Doente é o Feliciano, que quer enganar o povo e ganhar votos com esse projeto ridículo da cura gay", disse o professor Roberto Guedes.

Também com cartazes e faixas, eles ajudaram a impedir o fluxo de trânsito, se alternando entre o sentido Olinda/Recife e Recife/Olinda da Agamenon Magalhães; e também no cruzamento desta última com a Conde da Boa Vista. Depois de fazer um grande círculo e cantar o hino nacional, o grupo saiu em caminhada pelo bairro da Boa Vista, com destino ao centro da capital, onde dispersou.

Do lado direito, a pista do viaduto, no sentido Recife - Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)Do lado direito, a pista do viaduto, no sentido Recife - Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)

 

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