Economia

Mercado espera inflação maior e avanço menor do PIB em 2013

No caso da taxa básica de juros, a Selic, a projeção é que fique em 8,25% neste ano, sem alteração, e 8,50% no próximo

BRASÍLIA — Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá qual a dose de alta dos juros deve ser adotada como remédio para combater a inflação, as expectativas pioraram tanto para a alta de preços quanto para o crescimento. Na pesquisa que o Banco Central faz com os economistas do mercado financeiro, semanalmente, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu levemente de 5,8% para 5,81%. Já a queda da projeção para a expansão da atividade foi mais intensa: de 2,98% para 2,93% em 2013. Foi a segunda semana de baixa das estimativas.

As revisões serão levadas em consideração na reunião da cúpula do BC na quarta-feira. No mesmo dia, logo pela manhã, o IBGE divulgará o crescimento da economia no primeiro trimestre deste ano. O dado é esperado com ansiedade dentro e fora do governo. Os economistas querem saber se a expansão da economia foi maior ou menor que 1% — a média das apostas dos especialistas. Se o ritmo for mais forte, chancelará o aumento de juros que deve ser feito pelo Copom para controlar a inflação.

Apesar do número positivo — dado como certo — nos três primeiros meses do ano, os economistas das principais instituições financeiras ouvidos pelo BC diminuíram suas estimativas para o desempenho da indústria brasileira neste ano. O setor mais afetado pela crise mundial deve expandir-se 2,43%. Na semana passada, a aposta era 2,5% de crescimento neste ano.

A revisão do crescimento industrial foi a mudança que mais chamou atenção entre as apostas para o ano que vem. Em 2014, os analistas do mercado financeiro esperam uma expansão de 3,1%. A projeção anterior era de 3,5%. Foi a segunda semana seguida de queda.

O pessimismo maior dos especialistas afetou ainda as previsões para as contas externas ainda em 2013. A expectativa para o rombo das transação correntes - o resultado de todas as trocas de serviço e do comércio do Brasil com o resto do mundo - subiu de US$ 70,9bilhões para US$ 72 bilhões neste ano.

Na aposta dos analistas do mercado financeiro, a balança comercial deverá ter um resultado ainda mais fraco do que o previsto anteriormente. A perspectiva para o superávit comercial do país caiu de US$ 9,05 bilhões para US$ 8,3 bilhões em 2013.