O Banco da Inglaterra divulgou nesta quarta-feira (24) uma imagem gerada por computador que mostra como deverá ser a nova nota de 10 libras com a imagem de Jane Austen. A instituição escolheu a escritora do século 18 como o novo rosto da nota, curvando-se aos críticos que reclamaram que as mulheres nunca tinham seus rostos estampados nas moedas.
A autora de "Orgulho e Preconceito" substituirá Charles Darwin nas notas a partir de 2017.
Desde 1970, personalidades podem estar nas notas britânicas, além da rainha Elizabeth II, cujo rosto está representado em todos as notas e moedas em circulação.
Jane Austen é a terceira mulher a ser escolhida para receber esta homenagem.
O anúncio em abril da substituição em 2016 nas notas de 5 libras da reformista do século XIX Elizabeth Fry por Winston Churchill irritou muitas feministas, que passaram a temer que a rainha fosse a única mulher presente nas notas.
Carney, presidente da instituição, com uma amostra
de como deverá ser a moeda (Foto: AP)
Uma petição, que recolheu 35.000 assinaturas, foi lançada para que uma mulher fosse escolhida para a nova nota de 10 libras. Suas iniciadoras comemoraram a escolha de Austen como um '"dia excepcional para as mulheres e fantástica para o poder do povo".
"Sem esta campanha, sem as 35.000 pessoas que assinaram nossa petição, o Banco da Inglaterra teria varrido as mulheres da história", declarou a jornalista Caroline Criado-Perez, que lançou a petição.
Jane Austen, que publicou seis grandes romances de sucesso, incluindo Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), morreu em 1817 aos 41 anos.
O Banco da Inglaterra assegurou nesta quarta-feira que nunca teve a intenção de banir de suas notas figuras femininas.
A instituição convidou a população a propor ideias para melhorar o processo de seleção das figuras históricas.
"Queremos que a população confie em nosso compromisso com a diversidade", declarou o novo diretor do Banco, Mark Carney.
"Jane Austen merece seu lugar no círculo de figuras históricas representadas em nosso dinheiro", acrescentou, ressaltando que a escritora é "reconhecida como uma das maiores da literatura inglesa".