O Rio Amazonas cobriu plantações na área de várzea. Todos os anos, a região alaga, independentemente do tamanho da cheia. Por isso, os agricultores precisam se preparar.
Como não há terra para plantar, alguns agricultores usam o balcão, como são chamados os canteiros suspensos sobre estacas de madeira, para cultivar salsinha e cebolinha, por exemplo, que irão abastecer mercados da cidade e garantem renda na época em que a água invadiu o quintal.
Para cuidar da plantação suspensa, a agricultora Socorro Carvalho precisa se equilibrar nas pontes improvisadas sobre a água do rio Amazonas, que agora corre dentro do terreno, para tomar conta da terra que conseguiu salvar. "Porque se não tiver ela, como é que a gente vai sobreviver? Fica difícil. A gente cuida muito bem dela”, diz.
A cheia também traz desafios para os criadores de gado. Toda área de pasto de uma das propriedades da região foi invadida pelo Rio Amazonas. O gado já foi levado para a terra firme, área onde nunca alaga, para que os bois não morram afogados, nem de fome.
O curral da fazenda do criador Manoel da Silva está vazio. "É um período de três a quatro meses na terra firme e aqui são seis meses. Todo ano o gado vai e vem. Esse é o serviço do criador do Amazonas", diz.
Até a água baixar, em julho, as galinhas ficam confinadas em uma espécie de galinheiro flutuante sobre toras de madeira. Liberdade mesmo só para os patos que nadam no Rio Amazonas.