11/05/2013 07h14 - Atualizado em 13/05/2013 13h35

Entenda como funcionam os VANTs, Veículos Aéreos Não Tripulados

Criados para fins militares, aeronaves atuam no monitoramento aéreo

Nauru VANT (Foto: Divulgação)Nauru, avião não tripulado criado pela empresa XMobots junto à base de operação (Foto: Divulgação)

VANT: o nome pode soar estranho, mas por traz dele há muita tecnologia de ponta envolvida. Sigla para Veículo Aéreo Não Tripulado, os VANTs, ou Drones, como também são conhecidos nos Estados Unidos, em alusão à imagem de uma vespa, são uma espécie de robô voador, podendo assumir diversos formatos e configurações, incluindo de aviões e helicópteros a quadricópteros e dirigíveis.

Os primeiros VANTs surgiram nos EUA após a Segunda Guerra Mundial, fruto da corrida tecnológica proveniente da Guerra Fria. Dotados de diversos sensores, além de câmeras de alta resolução, estes equipamentos assumem um vasto leque de funções, incluindo desde o monitoramento agrícola e florestal à espionagem militar, sendo que alguns são usados como arma de guerra, pois, dependendo do porte da aeronave, podem carregar bombas.

Capazes de filmar e fotografar objetos a grandes distâncias, servindo também de apoio em operações de patrulha, busca, resgate e monitoramento em grandes centros urbanos, os VANTs são controlados à distância, através de centrais eletrônicas e computacionais, que atuam como seus "cérebros" em solo. Conforme explica Juliano Felix de Abreu, Engenheiro de Hardware da empresa paulista XMobots, especializada no desenvolvimento, fabricação, manutenção e operação de sistemas não tripulados, essas aeronaves cobrem determinados pontos a partir de coordenadas GPS estipuladas em terra, pela base de controle.

Echar VANTS (Foto: Divulgação)Echar, VANT dedicado ao aerolevantamento de áreas
agrícolas (Foto: Divulgação)

Antes da decolagem, que é feita com o auxílio de um controle remoto, operado manualmente, são inseridos no GPS da estação em solo os pontos geográficos de latitude e longitude que se deseja que o VANT cubra. Da base, os dados são transmitidos via radiofrequência para o GPS da aeronave, que seguirá o rumo pré-estabelecido. “Como um VANT produzido pela XMobots pode cobrir uma faixa com raio próximo a 30 quilômetros de distância, caso o equipamento perca contato com a estação, ele é programado para voltar ao seu ponto de origem, estabelecendo novamente a comunicação”, conta Juliano.

Nascida como uma empresa incubada na Universidade de São Paulo (USP), a XMobots desenvolve aviões não tripulados com dois tipos de sistemas. Um fica responsável pela navegação da aeronave, que também possui uma câmera frontal para que o voo seja monitorado em terra, e o outro fica a cargo de armazenar as imagens aéreas em alta resolução, coletadas através de câmeras de vídeo e foto.

“Com um VANT munido de câmeras térmicas, é possível monitorar possíveis falhas em linhas de transmissão, determinando com precisão onde está ocorrendo aquecimento. Além disso, estes equipamentos podem ser empregados para verificar desmatamentos, por exemplo, ou na pecuária, na contagem de gado. No que diz respeito ao uso militar, além de ser uma arma, pois pode carregar armamentos, os VANTs atuam na identificação de pessoas, ou de tanques inimigos”, lista Juliano.

Em grandes eventos, Juliano destaca que a atuação de um veículo aéreo não tripulado, do tipo dirigível, no entorno de um estádio de futebol pode substituir até 50 câmeras em terra. “No caso de estádios e de complexos esportivos maiores, a visão das equipes de segurança aumenta expressivamente, já que as imagens coletadas pelas aeronaves podem ser transmitidas em tempo real para uma estação de controle”, ressalta Juliano, destacando que, dependendo da situação, os VANTs podem funcionar com motores elétricos, ou à combustão.

  • imprimir