Edição do dia 02/12/2014

02/12/2014 21h07 - Atualizado em 02/12/2014 21h07

Lei antifumo: regulamentação reduz ainda mais espaço para fumantes

Fica proibido fumar em qualquer lugar de uso coletivo que seja fechado, mesmo que parcialmente, como a cobertura dos pontos de ônibus.

Os fumantes vão ter menos espaço a partir desta quarta-feira (3).  A repórter Giovana Teles mostra o que muda com a regulamentação da lei antifumo.

Na entrada dos shoppings é comum ter cinzeiro. Mas se o espaço tem cobertura, uma marquise, a partir desta quarta-feira (3) não poderá mais ser usado pelos fumantes.

“Acho que atrapalha um pouquinho, porque a gente gosta de ter uma liberdade, mas pensando no bem geral é legal”, afirma o produtor de eventos Igor Fearn.

A regulamentação da lei antifumo proíbe cigarro, charuto, cigarrilha, narguilé em qualquer lugar de uso coletivo que seja fechado, mesmo que parcialmente, com um toldo ou como a cobertura dos pontos de ônibus.

“A gente conviver em um ambiente poluído de fumaça de cigarro é muito ruim”, diz o servidor público Marcos César.

Nem em um bar que tem um varandão será permitido fumar. O estabelecimento comercial que descumprir a lei poderá ser multado em até R$ 1,5 milhão e ter a autorização para funcionar suspensa. O fumante não será punido, mas se ele insistir em não apagar o cigarro, o gerente poderá chamar a polícia.

Primo, que é garçom há 25 anos, acredita que a adaptação não vai virar caso de polícia.

“Cinquenta por cento do nosso salão nós já dividimos antes da lei. Foi difícil chegar a esse ponto. Vamos agora tentar chegar a 100%” diz Primo.

Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo mata cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil. Para a Sociedade Brasileira de Pneumologia, a regulamentação da lei, que também proíbe todo tipo de propaganda ligada ao fumo, é um grande avanço.
 
“Todas as formas de fumo, elas produzem efeitos na saúde. E as principais são o câncer, especialmente o câncer de pulmão, o acidente vascular cerebral, conhecido popularmente como derrame cerebral, o infarto agudo do miocárdio e a doença pulmonar obstrutiva crônica”, explica Alberto José Araújo, da Comissão Antifumo da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

E até fumantes apoiam a lei mais rigorosa.

Alaor Machado, publicitário: Estou louco para parar de fumar. Só que tão me dando chance ainda. Tem fumódromos, não é isso?
Jornal Nacional: Não pode mais fumódromo também a partir de quarta-feira.
Alaor Machado: Então, ótimo, vou achar ótimo, assim eu paro de vez.

Agora, só é permitido fumar nos espaços totalmente abertos. E, claro,  na casa das pessoas.