• Ligia Aguilhar
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Economia do Brasil Real Finanças Juros (Foto: Shutterstock)

Quase toda startup nasce com um objetivo bem definido: conseguir investimento. O aporte de investidores-anjo é considerado fundamental pela maioria dos empreendedores para que o negócio possa crescer com velocidadene e ganhar mercado. Com o amadurecimento do mercado de startups no país, não falta dinheiro para investimento de risco.

O senso The Private Equity and Venture Capital Industry, mostra que, em 2009, havia cerca de US$ 36 bilhões aplicados em empresas. De lá pra cá, estima-se que esse número tenha aumentado em, pelo menos, 10% ao ano.

Passada a euforia inicial, com o mercado brasileiro de startups caminhando para uma maior maturidade, os investidores tendem a ficar mais exigentes. Para saber quais os tipos de negócio que têm mais chances de receber aporte este ano e como um empreendedor pode fazer para captar esse dinheiro, Época NEGÓCIOS conversou com três grandes investidores sobre seus planos para 2013. Confira o que cada um deles disse:

Nicolas Gautier, da Mountain do Brasil

Nicolas Gautier (Foto: Divulgação)

Nicolas Gautier (Foto: Divulgação)

A Mountain do Brasil, fundo que atua principalmente na área de tecnologia, tem como principal foco dos seus investimentos empresas de internet, mobile e e-commerce, áreas consideradas ainda quentes no mercado brasileiro. O fundo analisou, no ano passado, 350 projetos, dos quais apenas 3 receberam investimento. O motivo? "Ainda existem muitos negócios de baixa qualidade, devido principalmente à falta de instruções e mentorias de business", diz Nicolas Gautier, um suíço que mudou-se para o Brasil atraído pelas oportunidades de investimento.

Segundo ele, os fundos estão cada vez mais seletivos, já que o número de startups no Brasil também não para de crescer. Este ano, a Mountain pretende investir em até 5 empresas. Gaultier dá a receita para quem quiser ter sua empresa selecionada: "Ter uma equipe altamente preparada é o ponto principal. Também é importante ter um plano claro de negócios, potencial de expansão e atuar em um mercado com baixa concorrência", diz.

Antônio Botelho, da Gávea Angels
Presidente de uma das principais associações de investidores-anjo do Brasil, Antônio Botelho diz que os empreendedores devem aproveitar a fase de abundância de investimento no Brasil, já que atualmente ser investidor-anjo traz um retorno vantajoso. Em geral, os investimentos dos associados da Gávea Angels variam de R$ 100 mil a R$ 1 milhão.

Para ele, os segmentos mais interessantes para investir hoje são negócios nas áreas de educação, logística, B2B e com foco na nova classe C.

Botelho diz que há dinheiro disponível, mas que um dos problemas que mais atrapalham a obtenção de aportes pelos pequenos negócios são erros simples cometidos pelos empreendedores. "Hoje existe mais competição, por isso os fundos estão seletivos."

Ele diz que apesar de as apresentações terem melhorado, os planos de negócios apresentados continuam muito ruins. "O que precisa mudar é que hoje tem muito negócio copycat (cópia de modelos estrangeiros), muita gente fazendo coisas muito frágeis do ponto de vista do crescimento. Falta os empreendedores pensarem em oportunidades para o mercado brasileiro", diz.

Anderson Thees, da Redpoint e.ventures

Anderson Thees (Foto: Divulgação)

Anderson Thees (Foto: Divulgação)

Anderson Thees, um veterano quando o assunto é investimento, é o mais animado com as perspectivas para o mercado de startups em 2013. "Tem muita gente entrando no mercado" diz. O problema, segundo ele, é que muitas dessas pessoas se aventuram sem ter conhecimento sobre a gestão de um negócio.

A Redepoint e.ventures tem US$ 130 milhões para investir em 5 anos. A meta é apostar em 18 negócios neste período - até agora, seis receberam o investimento,

Thees afirma que, este ano, as maiores oportunidades são para empresas de tecnologia no segmento financeiro, educação, mobile e e-commerce.

A principal dica de Thees para quem busca um aporte é fazer uma apresentação perfeita, o que significa entregar ao investidor um sumário executivo enxuto, fazer um pitch com o apoio de 5 ou 6 slides que expliquem de forma objetiva o negócio e que deixem claro a oportunidade de mercado identificada e a viabilidade do negócio.

Ele diz ainda que o empreendedor deve tomar cuidado para não começar um negócio já pensando no investimento. "Tem que estar preparado para não conseguir. Se você está determinado a resolver um problema com seu negócio, não precisa necessariamente receber capital de risco para ele dar certo", afirma.