13/05/2013 16h23 - Atualizado em 13/05/2013 17h58

Filas nos portos vão continuar se MP não for aprovada, diz ministro

César Borges, dos Transportes, defendeu votação da MP dos Portos.
Texto enfrenta resistência no Congresso e pode caducar.

Fabio AmatoDo G1, em São Paulo

O ministro dos Transportes, César Borges, defendeu nesta segunda-feira (13) a aprovação pelo Congresso da chamada MP dos Portos, que altera o marco regulatório do setor portuário brasileiro e enfrenta resistência de deputados e senadores.

De acordo com ele, a não aprovação do texto coloca em risco a eficácia de outras ações do governo federal na área de logística, entre elas o pacote de investimento em rodovias e ferrovias anunciado no ano passado.

“Não adianta melhorar rodovias e ferrovias, não adianta ter escoamento e ter entrave nos portos”, disse Borges, que convocou uma entrevista coletiva na tarde desta segunda para fazer apelo pela aprovação da MP, que perde a validade se não for votada até a próxima quinta (16).

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O que é a MP dos Portos

A medida provisória  595/2012, conhecida como MP dos Portos, estabelece novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Leia mais

“Vai chegar um momento que vai desaguar tudo nos nossos portos e, se eles não tiverem eficiência, as filas vão continuar”, completou o ministro, se referindo às quilométricas filas de caminhões vistas nos últimos meses, principalmente no porto de Santos, e que ocorreram durante o escoamento da safra de soja.

A entrevista concedida por Borges faz parte de um esforço de última hora feita pelo governo para tentar levar à votação a MP dos Portos. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, convocou uma sessão extraordinária para esta segunda para que o texto seja apreciado. Depois disso, ele ainda precisa ser votado no Senado até quinta-feira.

Além de Borges, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, também falaram a imprensa sobre o assunto. O objetivo, segundo o ministro dos Transportes, é tentar “sensibilizar” o Congresso sobre a importância de aprovar a MP nesta semana.

O governo quer que a votação da MP seja retomada na sessão extraordinária convocada para as 18h desta segunda-feira. O texto precisa ser apreciado ainda no Senado. Se não for aprovado pelas duas casas do Congresso até quinta-feira (16), perde a validade.

Corrida de obstáculos
Borges criticou congressistas que obstruem a votação da MP. De acordo com ele, o governo tem dinheiro e vontade de melhorar a logística para dar mais competitividade às empresas e aos agricultores brasileiros, mas enfrenta uma “corrida de obstáculos” para colocar seus planos em prática.

“Os obstáculos que temos que resolver para que o benefício chegue até os brasileiros são imensos. É uma corrida de obstáculos, essa é a grande angústia que temos aqui no ministério”, disse.

Ele apontou ainda que “interesses setoriais”, de empresas afetadas pelas mudanças propostas pela MP, estão influenciando o Congresso e impedindo a sua votação. “Está muito claro que os interesses setoriais são daqueles que têm concessão nos portos públicos”, disse o ministro.

Segundo Borges, a modernização do sistema portuário, de acordo com o plano proposto pelo governo, “é algo que está acima de partidos, de governo e de oposição” e “vem atender a um reclame do país num setor essencial para o nosso desenvolvimento.”

Borges afirmou ainda que o governo não tem plano B para os portos, caso a MP seja realmente rejeitada ou caduque. Mas disse que presidente Dilma Rousseff garantiu que o país “não ficará sem a modernização dos portos.”

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