Economia

Tombini diz que BC poderá voltar a vender dólares em linhas de empréstimos

Para presidente do BC, percepção da economia está pior que a realidade

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira em palestra para cerca de 100 presidentes de grandes companhias brasileira em São Paulo, que o BC poderá voltar a vender dólares, em linhas de empréstimos, se for necessário. O teor de sua palestra foi tema de uma nota divulgada pela autarquia. O BC não divulgou a íntegra da fala de Tombini, como é de costume. Ontem a moeda americana fechou acima de  R$ 2,30, maior cotação  desde 2009.

“O BC pode ofertar leilões de linha a qualquer tempo, se julgar necessário”, disse Tombini, em palestra segundo a assessoria da autoridade monetária.
A alta do dólar no Brasil tem sido a maior preocupação dos economistas não apenas do mercado financeiro, mas também do governo. De acordo com o comunicado da assessoria do BC, Tombini também  reafirmou que a condução adequada da política monetária limitará a transmissão da desvalorização do câmbio para a inflação.
Segundo a nota divulgada pela assessoria do BC, Tombini fez um panorama “sobre a economia brasileira e o cenário externo” para cerca os executivos no 13º Fórum dos Presidentes. E sobre o cenário externo, a principal preocupação dos economistas do mundo inteiro, Tombini  disse apenas que as perspectivas para a economia internacional têm melhorado.
“Esse momento de transição apresenta desafios, para os quais o Brasil está preparado, e o BC tem atuado para reduzir volatilidade decorrente desse processo”, diz a nota.
O comunicado ainda fala que Tombini reforçou que a trajetória de convergência para a meta de inflação se inicia neste semestre e teria reforçado que o objetivo é entregar em 2013 o índice abaixo daquele registrado no ano passado. Sobre o crescimento, Tombini disse que a percepção está mais pessimista do que a realidade.
“Ao mencionar a atividade econômica, Tombini afirmou que o crescimento tem se materializado de forma gradual, destacando o desempenho da produção de bens de capital, ligados ao investimento. Segundo ele, a percepção está mais pessimista que a realidade, pois o primeiro semestre apresentou diversos aspectos positivos. Porém, a consolidação dessa trajetória positiva para o investimento depende do fortalecimento da confiança das empresas e das famílias", diz o comunicado.
Até o início da noite de ontem, o compromisso não constava na agenda do presidente do BC. O seu discurso também não foi divulgado no site da instituição.