Política

Protesto contra Cabral e Alckmin tem vandalismo em SP

Avenidas foram interditadas e vidros de agências bancárias e uma concessionária, quebrados

Agência do Bradesco é depredada por vândalos na Avenida Paulista
Foto: Marcos Alves / Agência O Globo
Agência do Bradesco é depredada por vândalos na Avenida Paulista Foto: Marcos Alves / Agência O Globo

SÃO PAULO – Manifestantes que pedem a saída dos governadores do Rio, Sérgio Cabral, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, interditaram, na noite desta sexta-feira, várias avenidas de São Paulo, entre elas a Paulista, a 23 de Maio e a Brigadeiro Luis Antônio. Ao longo do trajeto entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Bela Vista, um grupo quebrou vidros de pelo menos oito agências bancárias, uma concessionária de veículos e pichou prédios, além de destruir bases da Polícia Militar (PM). Na 23 de Maio, na altura do Centro Cultural São Paulo, alguns manifestantes depredaram e tentaram incendiar a van de uma emissora de tevê. Policiais utilizaram bombas de efeito moral para tentar conter os atos de vandalismo.

Oito pessoas foram detidas e encaminhadas ao 78º Distrito Policial, nos Jardins. De acordo com a PM, seis deles foram qualificados e liberados em seguida, mas devem ser chamados pela polícia para auxiliar no reconhecimento dos responsáveis pela depredação. Os outros dois que continuam presos foram encaminhados à Polícia Federal, por estarem com cartões bancários clonados.

Cerca de 300 pessoas, segundo a PM, participaram do protesto, que tinha, entre outros, os grupos Anonymous e o Black Bloc. Alguns manifestantes deixaram o protesto, a princípio pacífico, no momento em que começaram os atos de vandalismo, praticados por manifestantes com o rosto coberto com lenços. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que a PM não interviu, no início do protesto, para evitar danos aos que manifestavam pacificamente. Ao final do protesto, PMs cercavam agências bancárias da região da Avenida Paulista e revistaram alguns transeuntes.

A manifestação, que tinha apoio de movimentos sociais, também é solidária às vítimas dos excessos cometidos nos últimos dias pela Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro e pede explicações do governador fluminense sobre o destino do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, morador da Rocinha desaparecido desde o dia 14 de julho. O protesto foi convocado pelo Facebook.

Na Paulista, imagens transmitidas pela Mídia Ninja mostraram alguns manifestantes com lenços no rosto também queimando sacos de lixo. Outros, ao mesmo tempo, gritavam “sem vandalismo”.

O congestionamento em São Paulo chegou a 300 km de lentidão às 19h30m. O trânsito na cidade, no entanto, não está diretamente associado ao protesto.