09/06/2013 17h45 - Atualizado em 09/06/2013 17h45

Ataque de pragas ameaça as lavouras de algodão em Mato Grosso do Sul

Lavouras estão sendo atacadas pelo bicudo e por lagartas.
Estado plantou 39,7 mil hectares com a cultura nesta safra.

Do G1 MS com informações da TV Morena

Bicudo é uma das pragas que está atacando as lavouras de algodão em MS (Foto: Reprodução/TV Morena)Bicudo é uma das pragas que está atacando as
lavouras de algodão (Foto: Reprodução/TV Morena)

O ataque de pragas, como o bicudo e lagartas, está ameaçando as lavouras de algodão em Mato Grosso do Sul. O alerta é de produtores, técnicos e pesquisadores de Chapadão do Sul, município que fica a 325 quilômetros de Campo Grande. Neste ciclo foram plantados 39,7 mil hectares com a cultura no estado.

O engenheiro agrônomo Danilo de Moraes, da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul), explica que no caso do bicudo, o inseto fura a maça do algodão (botão floral) para se alimentar. “Ele causa o abortamento dos botões florais da planta. O botão acaba caindo e não chega a fase de maturação”, comenta.

Em uma propriedade em Chapadão do Sul onde foram cultivados 650 hectares com algodão, foi preciso aplicar inseticida por 20 vezes na borda da plantação para fazer o controlo do bicudo. Com essa medida e com a pulverização, também nos talhões da cultura, o consultor da propriedade, Rubem Staudt, diz que a praga foi controlada.

Além de orientar os produtores sobre o bicudo, a Ampasul também estabeleceu com outros órgãos um acordo de cooperação técnica para combater a praga. “Aqui na região registramos índices altos de infestação. Em razão da redução da área plantada nesta safra em relação a do ano passado, concentrou a população preexistente do inseto . Nas armadilhas o índice foi de 4,9 bicudos por unidade, por semana, um percentual bem alto”, comentou o engenheiro agrônomo da entidade.

Outra praga que está preocupando os produtores da região são as lagartas. Mesmo em áreas onde foram plantadas cultivares mais resistentes, elas apareceram e o combate tem sido difícil.

“O controle da Helicoverpa é difícil porque na planta ela fica escondida. Ela entra dentro da maça do algodão e fica bem protegida. É difícil de atingi-la com inseticida. Os produtos que nós temos hoje no mercado dão um controle de até 70%. É um controle baixo, pela agressividade da lagarta”, comenta Paulo Buzolin, que administra uma fazenda de algodão no município.

 De acordo com a Fundação Chapadão, existem vários tipos de lagartas do gênero Helicoverpa, sendo a espécie mais agressiva a armígera. Desde dezembro do ano passado, a entidade detectou a presença do inseto em lavouras de milho, soja e algodão da região de Chapadão do Sul.

O pesquisador Germison Vital Tomquelski da Fundação MS, diz que a preocupação com o ataque desta praga é grande. Segundo ele, uma única mariposa pode colocar mais de mil ovos e assim as lagartas se espalham rapidamente nas lavouras. Um dos principais problemas para combatê-la é a falta de produtos específicos. 

Tomquelski diz que para combater a lagarta são necessárias várias medidas que devem ser adotadas em conjunto, como, por exemplo, a aplicação de defensivos e um vazio sanitário para a cultura.