Aos 32 anos de idade, Kaká se prepara para uma nova aventura. Depois de
jogar pelo São Paulo, Milan e Real Madrid, o meio-campista está pronto
para defender o Orlando City, nos Estados Unidos, onde estreia na
temporada norte-americana. Antes de rumar para a Flórida, ele conversou
com o Esporte Espetacular e, durante a entrevista, detonou a organização
do futebol nacional, que ainda se alimenta de um passado glorioso,
disse que ainda acredita ser útil para a Seleção de Dunga, elogiou
Neymar e o grupo que encontrou no São Paulo nessa última passagem.
Animado com o novo desafio, Kaká já planeja ser campeão com o novo
time. (Clique
no vídeo e veja a reportagem de Glenda Kozlowski)
Já tem onde morar em Orlando?
- Não estou com nada ainda. Só com a minha mochila, telefone,
ipad, computador e minha bíblia e vamos embora... (risos)
E como vai
ser?
- Totalmente diferente de tudo
aquilo que eu vivi. Joguei em três clubes de tradição em três países
famosíssimos pelo futebol. Agora estou indo para um país onde o clube está
nascendo e eu estou nascendo na liga e vou conhecer como é o futebol nos
Estados Unidos.
O Ronaldo
Fenômeno investiu no Fort Lauderdale Strikers, um clube da NASL, uma espécie de
segunda divisão do futebol americano. Como você vê isso?
- Isso é bom porque onde o Ronaldo põe a mão... as
coisas acontecem. (risos)
E qual é a
sua missão no Orlando City?
- Ser campeão. Continuar ganhando, mas de uma
forma melhor, poder ajudar no crescimento da liga. Se você nunca imaginou que
iria falar isso, já tá falando que o Kaká esta indo para o campeonato
americano, E essa liga, já começa a ter uma amplitude maior. É uma amostragem
para o mundo de uma forma maior, que a liga americana possa continuar crescendo
e que eu possa ser um dos embaixadores, mas que eu possa ser campeão lá também.
Você acha
que estando lá vai conseguir mostrar o seu futebol, pensando em seleção
brasileira?
- Acredito que a minha função na Seleção vai
depender muito daquilo que o Dunga pretende.
E você se
vê nessa Seleção?
- Acredito que sim e que eu posso dar uma
mãozinha. Falo sempre a curto prazo. Nos amistosos, na Copa América, eu acho
que eu posso ajudar a Seleção nesse momento de transição. Acredito que ainda
tem lugar, no curto prazo posso acrescentar muito. No longo, vamos ver o que eu
consigo fazer no curto... (risos)
Acha que a Seleção
ainda depende muito do Neymar?
- Não só a Seleção. Ele acaba sendo um jogador
fundamental por onde passa. Hoje no Barcelona tem ótimos jogadores, excelentes.
O Messi está lá, mas é um jogador fundamental. Isso é normal. Não é uma coisa
negativa. E a Seleção tem que aprender a jogar também no dia que ele não estiver
e isso depende muito da filosofia de jogo, que o Dunga tem passado bastante.
Você deixa
amigos no São Paulo?
Realmente esse foi um dos melhores grupos que eu trabalhei.
Agradeço muito a todos eles. Por tudo aquilo que eles, com certeza,
contribuíram muito para o meu crescimento profissional e pessoal. Foi demais,
obrigado a todos aí.
Depois de passar
esses seis meses de volta ao futebol brasileiro depois dos anos fora, como você
sentiu e vivenciou o futebol brasileiro?
- Na minha opinião o futebol
brasileiro está parado. Parou no tempo, acho que muito em função do comodismo
de ter sido pentacampeão do mundo. De achar que somos os melhores realmente e
não buscar outros aprendizados. De abrir um pouco a mente em relação a aprender
outras coisas. Então gostaria muito que o futebol brasileiro saísse desse
comodismo, espero que nos próximos anos isso possa acontecer.