desta segunda (10). (Foto: Divulgação/ GM do Brasil)
Após oito horas de negociação, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors firmaram nesta segunda-feira (10) um acordo na tentativa de trazer o investimento de R$ 2,5 bilhões para a instalação de uma nova linha de montagem no complexo industrial da cidade. O pacto contempla piso salarial de R$ 1.700, PLR de R$ 10 mil e a manutenção dos postos de trabalho, exceto do MVA.
A negociação precisa ser validada pelos trabalhadores antes de ser submetida à direção da GM, que vai escolher o destino do aporte. A decisão será anunciada em julho.
O encontro da última noite foi o oitavo entre sindicato e empresa para formalizar a proposta que pode gerar 2.500 empregos para São José dos Campos em 2017, data prevista para o início da produção do novo modelo. Outros dois países e duas plantas no Brasil disputam o investimento. O modelo que será fabricado é mantido sob sigilo.
Os itens da proposta prevêem apenas novos contratos. O piso de R$ 1.700 será corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a partir de setembro de 2014 e, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), pelo mesmo parâmetro, a partir de 2015. O acordo terá duração inicial de 2 anos a partir do início das operações da fábrica e poderá ser estendido por até duas vezes em período equivalente - totalizando até 6 anos.
Apesar disso, o acordo não conseguiu reverter o pacto de janeiro, que prevê o encerramento da Montagem de Veículos Automotores - a GM não descarta novas demissões. Pelo menos 750 empregos estão em risco na unidade. Para reduzir o impacto da medida, a montadora informou que pretende abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com foco em aposentados e pré aposentados.
Contratações
Os 598 demitidos em janeiro, após o término do layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho), terão preferência nas contratações para a nova linha de produção.
Para evitar a substituição da mão-de-obra em atividade e garantir a estabilidade, o pacto impede o remanejamento de funcionários admitidos para o novo setor para as demais fábricas do complexo, cujo piso salarial é de R$ 3.100.
O teto salarial no novo acordo ficou a critério da GM e será apresentado aos trabalhadores em 45 dias.
Ciesp. (Foto: Renato Celestrino/G1)
Avaliação
Para o diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, o acordo desta segunda-feira não é 'ideal'. "Não podemos garantir que os R$ 2,5 bilhões venham para São José, mas pelo menos (a proposta) é factível para ser apresentada à GM", disse em entrevista coletiva por volta das 23h30. Ele explicou que por conta da extensão nas negociações, o resultado da concorrência será divulgado apenas em julho.
O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros 'Macapá', o acordo é satisfatório para a GM mas não representa uma conquista para a categoria. "O que vimos é que a guerra fiscal virou uma arma contra o trabalhador. Apenas a empresa se beneficia dos incentivos dados pelos governos", disse. Ele explicou que até quinta-feira (13) os trabalhadores devem apresentar uma resposta ao pacto negociado - por meio de assembleia ou plesbiscito.
A GM afirma que o futuro do complexo industrial de São José dos Campos, que emprega 6.600 trabalhadores, depende do acordo e consequente atração de novos investimentos. Para tentar atrair o aporte, a Prefeitura de São José dos Campos ofereceu benefícios como a isenção de impostos e a construção de um distrito industrial para alocar fornecedores da cadeia produtiva da montadora na cidade.