11/06/2013 14h23 - Atualizado em 11/06/2013 21h08

Choque entre manifestantes e polícia deixa feridos em Istambul, na Turquia

País tem 12º dia de confrontos de rua em protestos contra premiê Erdogan.
Policiais tentaram retirar ativistas de parque, mas confrontos seguem.

Do G1, em São Paulo

Milhares de manifestantes voltaram nesta terça-feira (11) à Praça Taksim, em Istambul, e foram retirados duas vezes pela polícia, em mais um dia de violenta repressão a atos antigoverno no local.

Há muitos feridos no Parque Gezi, contíguo à praça, segundo a France Presse.

Mesmo que os policiais tenham tomado o controle da vizinha Praça Taksim com o uso de gás lacrimogêneo e jatos d'água, eles não entraram no parque onde começou a revolta contra o governo, no dia 31 de maio.

Apesar das nuvens de gás lacrimogêneo que invadiram a praça, vários feridos chegam aos quatro centros de primeiros socorros instalados no local.

A chegada de feridos "urgentes", levados em macas improvisadas, é anunciada por um apito.

Em uma dessas enfermarias, um militante faz anúncios com um megafone: "Uma criança sozinha foi encontrada, seus pais podem pegá-la em frente ao hotel Divan". Apenas os feridos e as equipes médicas estão autorizados a entrar.

"Durante a última hora, cerca de 25 feridos passaram por nosso centro antes de serem levados de ambulância para hospitais", explicou uma enfermeira voluntária que não quis se identificar.

"São principalmente queimaduras, pessoas que foram atingidas por bombas de gás lacrimogêneo, na cabeça e em outras partes, pessoas que caíram, fraturas, crises de asma, suturas", disse ela. "Aqui, a gente se contenta com os primeiros socorros, em conter hemorragias, e enviamos as pessoas ao hospital."

Em torno da praça, os choques se mantinham no fim da tarde em pequenas ruas, com os policiais respondendo com gás lacrimogêneo às pedras jogadas por pequenos grupos de jovens.

Durante a manhã, centenas de policiais haviam invadido a praça para retirar, com bombas de gás e jatos d'água, os manifestantes que protestavam contra o governo.

De tarde, os enfrentamentos continuaram, e a polícia voltou a retirar os manifestantes, que reagiram.

É o décimo-segundo dia seguido de protestos contra o regime conservador e islamita de Erdogan.

O primeiro-ministro afirmou que "acabou a tolerância" com os manifestantes opositores.

A operação policial na Praça Taksim foi surpreendente, já que na tarde da véspera o governo turco havia anunciado que Erdogan realizaria na quarta uma reunião com representantes dos manifestantes para tentar negociar um acordo.

"Falo para aqueles que querem continuar com estes acontecimentos, que querem continuar aterrorizando: este assunto acabou. Não haverá mais tolerância", afirmou Erdogan no Parlamento de Ancara aos deputados do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP).

As manifestações na Turquia provocaram as mortes de quatro pessoas: três manifestantes e um policial, segundo o primeiro-ministro.

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