11/06/2013 14h38 - Atualizado em 11/06/2013 15h23

Atividade industrial tem maior crescimento em 3 anos, aponta CNI

Emprego industrial e massa salarial real também avançaram em abril.
'Indústria está se recuperando, pegando todos setores', diz Robson Braga.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta terça-feira (11) que as horas trabalhadas na produção (indicador do nível de atividade industrial) avançaram 2,9% em abril deste ano, na comparação com o mês anterior.

Trata-se do maior crescimento do índice desde março de 2010, quando avançou 3%. Nos quatro primeiros meses de 2013, a alta foi de 0,5% nas horas trabalhadas. De acordo com a entidade, a atividade industrial cresceu em 17 dos 21 setores pesquisados em abril (11 setores a mais do que no mês de março), puxada pelo setor de veículos automotores.

Ao mesmo tempo, o faturamento da indústria teve alta de 5% no mês passado. Este foi o mesmo patamar de crescimento registrado em agosto de 2012 e o maior valor desde fevereiro de 2011 - quando foi registrada elevação de 6,4%. Na parcial deste ano, até maio, o faturamento da indústria registrou aumento de 6,8%.

Parte dessa alta nas horas trabalhadas na produção, e também no faturamento da indústria, se deve, ainda segundo a CNI, a um "componente atípico": a influência de maior dias úteis tanto frente a março deste ano quanto comparativamente a abril de 2012.

Números 'positivos'
"Os números são positivos. A indústria está se recuperando, pegando todos setores. A dúvida que a gente tem é se agora deslancha. Desde o início do ano, a indústria tem mostrado crescimento lento, mas consistente. A gente não pode afirmar agora que é um crescimento sustentado que se mantém ao longo do tempo", declarou Robson Braga, presidente da CNI, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo ele, as desonerações de tributos anunciadas pelo governo, como a redução da carga tributária sobre a folha de pagamentos de 42 setores da economia, além da desoneração da energia elétrica e da redução do IPI para consumo de alguns itens, como automóveis, começaram a dar resultado. "Mas a gente está sempre querendo novas medidas", declarou Robson Braga, para quem o patamar de R$ 2,15 para o dólar ainda está "defasado" (teria de subir mais para estimular as exportações brasileiras).

Emprego industrial
Os números da CNI também mostram crescimento do emprego na indústria, que avançou 0,1% em abril, e da massa salarial real nos trabalhadores do setor - indicador que registrou alta de 0,4% no mês retrasado. De acordo com a entidade, o emprego manteve "ritmo lento, mas contínuo, de crescimento" e a massa salarial registrou expansão pelo terceiro mês seguido. No acumulado do ano, o emprego industrial subiu 0,5% e a massa salarial cresceu 1,8%.

Uso do parque fabril cresce
Com o maior nível de atividade, também subiu, em abril deste ano, o nível de  uso do parque fabril da indústria (capacidade instalada). Ainda de acordo com a CNI, o indicador terminou abril em 83,3%, com alta de 0,7 ponto percentual frente a março deste ano, quando estava em 82,6%.

O patamar de abril, do nível de uso do parque industrial, segundo a entidade, é o maior desde junho de 2011. "Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, a utilização da capacidade instalada registrou aumetno de 1,5 ponto percentual", acrescentou a CNI.

Confiança e investimentos
Segundo o chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, o indicador de confiança dos empresários tem se mantido estável nos últimos meses, o que se reflete nos indicadores relacionados com os investimentos da indústria (capacidade industrial em alta, o que demanda novos aportes de investimentos, e no emprego industrial, que tem registrado pequena alta em 2013).

"A indústria mostrou recuperação mais sólida nos dois últimos meses. O emprego, mesmo tendo essa estabilidade, segue em crescimento. Há oito meses seguidos que não tem retração. O mercado de trabalho surte efeito com defasagem em relação à [alta da] atividade industrial. É preciso que haja continuidade da produção [e da demanda] para que o emprego continue a crescer. Nos últimos meses, mesmo sem crescimento, a indústria vem retendo empregos pela falta de mão de obra. Para não ter de treinar o trabalhador depois", acrescentou Marcelo De Avila, economista da CNI.

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