23/07/2013 10h51 - Atualizado em 23/07/2013 10h51

Intenção de consumo tem pior trimestre desde 2009, diz Fecomercio

Em junho, indicador subiu 1,9% em relação a maio, mas recuo ante 2012.
Alta na comparação mensal ocorre após cinco quedas seguidas.

Do G1, em São Paulo

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu 130,6 pontos em junho, o que representa uma alta de 1,9% na comparação com o mês anterior, mas queda de 6% em relação a junho de 2012.

Esta alta ante maio ocorre após cinco quedas seguidas na comparação mensal, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Para a Fecomercio, o aumento registrado equivale mais a um ajuste de satisfação após a forte sequência de quedas, do que propriamente uma melhora das condições econômicas das famílias. Até porque, o cenário com inflação acelerada e pouco crescimento é o mesmo dos últimos meses.

A entidade acredita que o panorama ainda é de cautela e postura defensiva do consumidor. Há uma facilidade de crédito com taxa de juros para a pessoa física em um patamar histórico baixo, mas as famílias estão contraindo crédito, ou para pagar outras dívidas ou para complementar a renda a fim de manter o ritmo de consumo, principalmente com produtos básicos.

Segundo a Fecomercio, as manifestações em São Paulo ainda não foram captadas neste resultado, mas devem impactar o indicador no próximo mês.

As médias trimestrais do indicador apontam para uma tendência ainda negativa, com três quedas seguidas. O segundo trimestre deste ano foi o pior desde o início da série – que começa em 2009 –, com média de 129 pontos. No primeiro trimestre deste ano, a pontuação média foi de 134 pontos, e de 141 pontos no segundo trimestre do ano passado.

Variáveis
Todos os itens que compõem o indicador tiveram variações positivas em junho, exceto Perspectiva Profissional, com variação de -3,8%, atingindo 132,5 pontos. Embora não se possa indicar com clareza, o resultado pode ser reflexo do cenário econômico ruim, o que leva as famílias a projetarem perspectivas negativas com relação à renda e ao trabalho no futuro próximo.

Na outra ponta, o indicador Nível de Consumo Atual teve variação de 5,9% e ficou próximo da pontuação de indiferença (100 pontos), com 99,8 pontos. De janeiro até maio, esse item apontou retração de 9,3%. É o quinto mês que se posiciona abaixo dos 100 pontos. A consequência dessa insatisfação do consumo é a queda das vendas, como na última data festiva do varejo (Dia dos Namorados) que os lojistas sinalizaram para retração no faturamento, segundo sondagem da Fecomercio.

O item Acesso a Crédito teve alta de 4,9% e chegou aos 147,6 pontos, sendo o mais bem avaliado do ICF de junho. Perspectiva de Consumo subiu 4,2% e alcançando 129,2 pontos.

Os itens que registraram altas menos expressivas foram Renda Atual, 1% (142,9 pontos), Momento para Duráveis, 1,1% (128,4 pontos).

O nível de emprego continua estável, segundo dados oficiais, o que é importante para garantir a manutenção do consumo e do controle do orçamento doméstico. O reflexo se deu no item Emprego Atual, que teve alta de 1,2% e alcançou 133,5 pontos.

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