Economia Emprego

Detesta acordar cedo e rende mais à noite? Talvez você faça parte da Sociedade-B

Pessoas que têm picos de produtividade em horário diferente criam movimento mundial e defendem horários flexíveis

Rendimento baixo e produtividade zero durante a manhã para pessoas B
Foto: Reprodução da internet
Rendimento baixo e produtividade zero durante a manhã para pessoas B Foto: Reprodução da internet

RIO — Você é do tipo de pessoa que só desperta de verdade após às 10h, 11h ou que tem as melhores ideias durante a madrugada? Se sim, não se preocupe, você não está sozinho. Um grupo de profissionais mundo afora que têm dificuldades para se enquadrar no turno tradicional de trabalho começa a lutar por horários alternativos.

Estas pessoas fundaram a chamada Sociedade-B, uma organização com adeptos e estudiosos em mais de 50 países, que acreditam que as pessoas têm ritmos biológicos distintos e, por isso, empresas e escolas devem oferecer horários diferenciados para esse público.

Segundo a organização, trabalhar um longo período fora do seu ciclo natural pode causar problemas de saúde, como depressão, estresse e uso de medicamentos para repor a falta de sono, além da queda na produtividade nas tarefas profissionais.

Com base em pesquisas cronobiológicas, o grupo defende que os indivíduos têm diferentes ciclos durante o dia e que a definição do tipo A ou B é genética. Enquanto a primeira, geralmente, está acordada entre 6h e 22h e tem o pico de energia antes do meio-dia, a segunda (B) funciona de 9h à 1h e tem seu melhor rendimento durante a tarde.

De acordo com o site b-society de 15% a 25% da população é B, e de 10% a 15% são A. O restante têm uma leve tendência a se adequar a um dos dois tipos.

O cronobiólogo Till Roennberg, que mapeou mais de 125 mil pessoas e escreveu o livro “Tempo Interno”, dá algumas dicas para quem é do tipo B, mas trabalha em empresas com horário tipo A: tomar sol durante o dia, um bom café da manhã antes de trabalhar e comer fora podem ajudar a melhorar a saúde e o mau humor pela manhã.

Algumas escolas na Europa já fizeram testes para verificar o rendimento de alunos e percebeu-se que o desempenho é melhor quando eles fazem provas dentro do “seu horário”, por exemplo. Na Dinamarca, uma escola introduziu horários flexíveis e seus estudantes podem escolher entre fazer trabalhos das 8h às 10h ou das 14h às 16h. Os resultados, segundo eles, têm sido positivos.