27/05/2013 16h54 - Atualizado em 27/05/2013 22h43

Sindicato tem semana decisiva para atrair investimento de R$ 2,5 bi da GM

Nesta segunda (27), aconteceu o penúltimo encontro entre sindicato e GM.
Montadora teria proposto nova redução do piso salarial em São José.

Suellen FernandesDo G1 Vale do Paraíba e Região

Representantes da GM e do sindicato estiveram na sede do Ciesp na tarde desta segunda-feira (27). (Foto: Tanda Melo/Sindimetal SJC)Representantes da General Motors e do Sindicato dos Metalúrgicos estiveram na sede do Ciesp na tarde desta segunda-feira (27), em São José dos Campos. (Foto: Tanda Melo/Sindimetal SJC)

O Sindicato dos Metalúrgicos e a General Motors deram início nesta semana à rodada decisiva de negociações para a atração de um investimento de R$ 2,5 bilhões para a implantação de uma nova linha de produção no complexo industrial joseense. A reunião desta segunda (27) para discutir o acordo com a montadora durou mais de 4h na sede do Ciesp de São José. O último encontro está previsto para a próxima quarta (29).

Além das plantas da GM no Brasil, outros dois países disputam o aporte e a decisão deve ser anunciada em junho. O acordo do último mês de janeiro, que resultou na demissão de 598 funcionários após o término do layoff, prioriza a unidade de São José para novos investimentos da empresa no país. A montadora condiciona o investimento à competividade da planta local.

De acordo com o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros 'Macapá', dois pontos são considerados críticos à negociação. Segundo ele, a montadora teria proposto rebaixar o piso salarial dos operários, fixado no acordo de janeiro em R$ 1.712 para R$ 1.200 e não descarta a  possibilidade de demitir 750 trabalhadores no Montagem de Veículos Automotores (MVA), que produz o modelo Classic e cuja previsão de encerrar as atividades é dezembro.

O presidente da entidade pretende que a base da negociação do novo acordo seja o pacto de janeiro. "Vamos fazer todo o esforço possível para trazer esses R$ 2,5 bilhões, mas um piso ainda menor do que o negociado em janeiro é inviável para São José dos Campos, para a mão de obra qualificada encontrada aqui. Além disso, não vamos fechar nenhum acordo que traga mais demissões e perda de direitos", disse Barros. Ele não foi localizado pelo G1 às 21h10 para comentar o desfecho da reunião desta segunda-feira.

Dentre as propostas apresentadas pelo sindicato à empresa, estão a estabilidade por dois anos dos atuais empregados, manutenção total do pacto de janeiro e prioridade na recontratação dos demitidos nas novas vagas.

De acordo com sindicato, diminuição do piso salarial estaria travando acordo com a GM. (Foto: Tanda Melo/Sindimetal SJC)Presidente do sindicato, 'Macapá', observa grupo da
GM na reunião. (Foto: Tanda Melo/Sindimetal SJC)

O volume de produção, modelo do veículo e o número de empregos que serão gerados pela nova linha continuam sendo mantidos sob sigilo pela General Motors.

Governo
Além do sindicato, a direção da GM tem agendada nesta terça-feira (28), às 16h, uma reunião no Paço de São José com representantes da prefeitura e do Estado. Com o governo, a montadora negocia incentivos fiscais.

De acordo com o diretor de relações institucionais da empresa, Luiz Moan, a negociação tem sido profissional. "Inicialmente essa semana encerraremos as negociações com as partes envolvidas. Tem sido uma negociação bastante profissional. Em  junho vamos anunciar o destino do investimento", disse Moan. Ele não comentou detalhes dos itens propostos durante a negociações, tais como o rebaixamento do piso salarial e a possibilidade de demissões.

Sem detalhar as medidas, a prefeitura informou no início das negociações, na primeira semana de maio, que estuda incentivos à GM como a concessão de benefícios  fiscais, investimentos em logística, ações para atrair fornecedores da cadeia produtiva de autopeças e a viabilização para construção de distritos industriais em parceria com a GM. O Estado informou que não vai comentar o andamento das negociações.