31/05/2013 06h10 - Atualizado em 31/05/2013 06h54

Em SP, horta comunitária criada em praça pública dá resultados

Praças públicas são muitas na cidade, mas uma delas tem algo especial.
Ideia surgiu de um grupo criado pela internet: os Hortelões Urbanos.

Do Globo Rural

Em plena Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, dentro de uma praça, um cantinho de 800 metros quadrados foi transformado em roça.

A Horta das Corujas, como é conhecida, foi criada em julho do ano passado. A prefeitura autorizou e aos poucos os moradores foram experimentando os mais variados cultivos. São muitos temperos e hortaliças como couve, pimentão, rabanete, alface e alho. Tem até pé de milho, de feijão e de mandioca.

Ninguém é agrônomo, um aprende com o outro. Quem sabe um pouco mais divide o conhecimento. Izailde Gonçalves conta que cresceu plantando mandioca e feijão no município de Irecê, na Bahia. Há 22 anos em São Paulo, ela nem imaginava reviver àquele tempo.

A felicidade dela é a mesma de quem dá os primeiros passos no campo. Théo, de três anos, observa tudo e, na prática, descobre uma nova hortaliça, o almeirão.

A horta é bem democrática, mas existem algumas regrinhas de convivência. Cachorros devem ficar do lado de fora e o espaço é todo cercado. O portão não tem chave, mas, claro, deve permanecer fechado. As ferramentas de trabalho foram todas doadas e são de uso comum. Qualquer pessoa pode ir, mexer na terra, plantar ou simplesmente colher e levar para casa.

A ideia da horta não é o abastecimento de alimentos e sim, o incentivo ao contato com a terra.

A jornalista Claudia Visoni é uma das fundadoras da horta e está encantada com os primeiros resultados.

Parte do adubo vem da composteira, que já existia na praça antes da horta. Os moradores ainda recebem doação de compostagem pronta de um shopping center e esterco do Jóquei Clube de São Paulo.

Outro privilégio é a água, o terreno tem várias nascentes. A água foi aprovada pela Companhia de Saneamento de São Paulo para uso na agricultura. Os voluntários instalaram cacimbas, mas a rega é quase toda manual, só em alguns canteiros, eles começaram a testar as mangueiras de gotejamento.

Madalena Buzzo hoje trabalha com o mercado financeiro, mas já morou em sítio e é uma das mais atuantes na Horta das Corujas. "Este é um espaço em eterna construção, é uma convivência que ajuda a gente a mostrar um tempo diferente na nossa própria vida", diz.

Os Hortelões Urbanos também criaram outras hortas comunitárias em São Paulo. Nos fins de semana, os voluntários fazem mutirões para cuidar das plantações. O grupo é aberto para quem quiser participar ou até mesmo dar dicas de cultivo.

Hortas Comunitárias em São Paulo:
Horta das Corujas (próximo à Av. das Corujas, Vila Madalena) - todos os finais de semana alternando sábados e domingos a partir das 10h. Mais informações no blog https://hortadascorujas.wordpress.com/

Horta do Ciclista (Av. Paulista entre a Bela Cintra e a Consolação, canteiro central) - primeiro domingo do mês, a partir de 12h.

Horta da Vila Pompeia (Rua Francisco Bayardo, perto da Av. Pompeia) - todo domingo a partir de 10h30 com café-da-manhã comunitário.

Horta da Vila Anglo (Praça Antonio Resk, perto da Rua Heitor Penteado) - todo sábado a partir de 10h e terças, às 9h.

Horta do CCSP (Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro) - último domingo do mês a partir de 9h com café-da-manhã comunitário.

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