18/04/2013 17h03 - Atualizado em 18/04/2013 18h33

Dólar fecha em alta e fica acima de R$ 2 após Copom subir juros

Moeda norte-americana subiu 0,9%, para R$ 2,01699.
Na quarta, Copom elevou Selic em 0,25 ponto pela 1ª vez desde 2011.

Da Reuters

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (18), voltando a umtrapassar os R$ 2, com a expectativa de menor entrada de recursos externos após o Banco Central sinalizar que o ciclo de aperto monetário deverá ser menor do que investidores haviam precificado.

A moeda norte-americana subiu 0,9%, para R$ 2,01699. Veja cotação

Na máxima do dia, o dólar chegou a registrar alta de 1,23%, a R$ 2,0235 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,4 bilhões.

Na semana, o dólar acumula alta de 2,46%. No mês, a moeda tem desvalorização de 0,22% e no ano, de 1,36%.

O Banco Central elevou a Selic em 0,25 ponto percentual na véspera, para 7,5% ao ano, o que impulsionou um amplo movimento de ajuste nos mercados financeiros após a decisão. O Copom manteve o tom de "cautela" ao iniciar mais um ciclo de aperto monetário para combater a inflação. Enquanto seis diretores foram favoráveis à alta da taxa, dois defenderam a manutenção na mínima histórica.

"Acabou tendo uma certa frustração com a possibilidade de aumento maior na Selic", disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos. "Com menor diferencial da taxa de juros vis-à-vis lá fora, acaba diminuindo o apetite de compra aqui".

Antes da decisão, a curva de juros futuros precificava aumento de 0,50 ponto percentual na Selic --um movimento que, se concretizado, aumentaria ainda mais o diferencial de juros do país, atraindo mais investidores estrangeiros em busca de alta rentabilidade em um momento de liquidez abundante no exterior.

Banda informal
A alta verificada nesta quinta-feira levou o dólar a encerrar acima do patamar de R$ 2 pela primeira vez em duas semanas. Parte do mercado acredita que o BC impôs uma banda informal entre R$ 1,95 e cerca de R$ 2 para o dólar com o objetivo de conter pressões inflacionárias sem, ao mesmo tempo, prejudicar a indústria.

"Agora vamos verificar o que o BC vai fazer", disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, para quem a autoridade monetária atuará no mercado apenas quando a divisa norte-americana alcançar o patamar de R$ 2,05.

Analistas destacavam ainda que o mercado de câmbio brasileiro tem sofrido com escassez de dólares, e que a decisão do BC na véspera também reduz expectativas de que o câmbio poderia ser usado para combater a alta dos preços.

Dados do BC divulgados na véspera mostraram que o fluxo cambial --balanço da entrada e saída de moeda estrangeira do país-- registrou déficit de US$ 2,941 bilhões na semana passada. No ano, o fluxo está negativo em US$ 5,102 bilhões.

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