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17/12/2014 18h33 - Atualizado em 17/12/2014 18h33

Estreia: Comédia 'A Noite da Virada' retrata Ano Novo em banheiros

Texto da peça 'O Banheiro', de 1995, é adaptado para o cinema.
Marcos Palmeira, Luana Piovani e Júlia Rabello fazem humor sem pudores.

Da Reuters

Elenco da comédia 'Noite da virada' (Foto: Divulgação)Elenco da comédia 'Noite da virada' tem Luana Piovani e Marcos Palmeira (Foto: Divulgação)

Dez pessoas e as inusitadas situações em que elas se envolvem em um réveillon conduzem "A Noite da Virada" (2014), uma comédia de erros de Fabio Mendonça que apresenta as loucuras de uma festa de Ano Novo, mostrando aqueles momentos mais marcantes, que sempre ocorrem nos bastidores. No caso, nos cômodos mais insólitos da casa dos anfitriões, os banheiros.

Cerca de nove anos depois de escrever o seu primeiro roteiro de longa-metragem para "Noel - O Poeta da Vila" (2006) - ele já tinha mergulhado no universo do compositor no curta “Com Que Roupa?” (1996) -, Pedro Vicente tem a sua peça “O Banheiro”, de 1995, adaptada para o cinema.

O texto teatral do também artista plástico traçava um curioso panorama da década de 90 que foi transportado para a tela por Claudia Jouvin e Nina Crintz, quase 15 anos depois. Na história criada por Vicente, que é irmão do ator Fernando Alves Pinto e sobrinho do cartunista Ziraldo, sempre aparece algum tipo comum ou exótico nos banheiros e lavabos em que se passa a trama.

Sete personagens principais se envolvem em situações de “vida e morte”, seja no sentido literal ou figurado, na festa de Ano Novo organizada por Ana (Júlia Rabello) e Duca (Paulo Tiefenthaler), para cerca de 300 convidados em sua residência.

O problema é que o relaxado marido diz, antes da comemoração, que deseja dar um tempo e tirar umas férias da relação e, logo, a esposa percebe a ligação disso com o casal de vizinhos, formado pelo neurótico Mário (Marcos Palmeira) e a bela Rosa (Luana Piovani). Cruzando entre um banheiro e outro, ainda há Sofia (Martha Nowill), a irmã de Ana desesperada para desencalhar, os amigos e namorados em crise sexual, Alê (Luana Martau) e Rica (João Vicente de Castro), além do traficante Paulão (Taumaturgo Ferreira).

Responsável por vários filmes publicitários e pelos curtas “Curupira” (2004), que codirigiu com Guilherme Ramalho, e “Amsterdã” (2007), o jovem cineasta filma seu primeiro longa. Mendonça já imprime certa personalidade.

Cinco banheiros diferentes servem de cenários principais à história, cujo roteiro ainda está muito ligado à estrutura da peça. Fabio até consegue criar certa dinâmica na trama, mas essa restrição e o ritmo diferenciado das piadas em comparação com as comédias nacionais mais populares atualmente podem intrigar aquele espectador que vai ao cinema esperando rir sem parar.

Entre quatro paredes ocorre a imensa maioria das ações deste longa que não busca o riso em uma sucessão de gags, mas das situações colocadas no script. Três personagens secundários acabam servindo, no entanto, unicamente para fins cômicos e garantem alguns dos melhores momentos do filme.

Se o conteúdo original da peça era bem mais denso que sua adaptação cinematográfica, com linguagem ainda mais explícita e um viés homossexual, por exemplo, o filme vai mais longe. Há uma clara influência das comédias do Judd Apatow e de outras que se seguiram, em busca de um humor mais despudorado.

(Por Nayara Reynaud, do Cineweb)

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