O Corinthians mira quase uma dezena de nomes para reforçar o
time na próxima temporada, mas começa 2015 com apenas um jogador de contrato
assinado: o atacante colombiano Stiven Mendoza. As dificuldades financeiras
vividas pelo clube têm impedido os acertos finais em algumas negociações.
Assim, o Timão perdeu o centroavante Leandro para o Palmeiras. E pode perder
Dudu para o São Paulo. Representantes do Dínamo de Kiev, da Ucrânia, chegam ao Brasil nesta terça-feira para definir o futuro do atacante.
A ordem no clube é estancar os gastos, tanto que a previsão
orçamentária corintiana prevê um déficit de R$ 44 milhões entre julho de 2014 e
julho de 2015. São R$ 10 milhões reservados para contratações – justamente o
valor que seria gasto para acertar com o Dínamo de Kiev e contratar Dudu.
No
entanto, na hora das assinaturas, a forma de pagamento sempre tem pesado. A dificuldade na virada do ano é tão grande que o Corinthians teve de tomar um empréstimo de cerca de R$ 2 milhões do empresário Carlos Leite para acertar a segunda parcela do 13º
para atletas, comissão técnica e até funcionários do Timão.
A ideia do Corinthians, no caso de Dudu, é pagar a primeira
parcela só na metade de 2015. O São Paulo, porém, acena com dinheiro imediato.
A questão financeira acaba frustrando as pretensões alvinegras.
– Todos os clubes estão tendo dificuldades, não só nós. Com
paciência, vamos pensar sempre no que é melhor para o Corinthians. Os reforços
vão chegar – afirmou o diretor de futebol Ronaldo Ximenes, em entrevista
recente.
Além de Stiven Mendoza, dois reforços praticamente
garantidos são os volantes Jonas, ex-Sampaio Corrêa, e Cristian, ex-Fenerbahçe.
Apesar de não terem assinado, ambos têm termos acertados com o clube – o caso
de Cristian é simples porque ele não está ligado a outra equipe, evitando assim
pagamento do Corinthians pelos direitos econômicos.
Além da questão financeira, a "burocracia" tem deixado as conversas mais lentas. Além do gerente de futebol Edu Gaspar, o ex-presidente Andrés Sanchez e o candidato Roberto de Andrade participam de negociações. E tudo precisa passar pelo crivo do atual mandatário, Mário Gobbi.
O que mais pesa nas contas alvinegras é a necessidade do pagamento de R$ 100 milhões ao BNDES em junho, referentes à primeira parcela do financiamento da Arena Corinthians. Assim, quase tudo que é captado pelo clube vai para um fundo de captação de recursos para a quitação do novo estádio.
Foi preciso colocar o pé no freio e evitar novos casos como o de Alexandre Pato, contratado por R$ 40 milhões no início de 2013. Hoje, o negócio é considerado uma loucura pela própria diretoria capitaneada por Mário Gobbi.