Economia

TST impõe limites à greve e pede efetivos mínimos nos aeroportos

Audiência de conciliação é marcada para a próxima terça-feira

Funcionários da Infraero protestam no aeroporto de Congonhas
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PAULO WHITAKER
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Funcionários da Infraero protestam no aeroporto de Congonhas Foto: PAULO WHITAKER / REUTERS

BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto dos Reis de Paula, atendeu parte do pedido de liminar da Infraero. A estatal requisitava 100% de efetivo em todas as atividades essenciais mas o ministro impôs limites e determinou que o sindicato mantenha equipes mínimas nas diversas áreas dos aeroportos.

De acordo com a decisão, 100% dos funcionários das torres de controle não podem parar; nas atividades de segurança e operação, a entidade precisa manter 70% do quadro e nas demais, 40%. Em caso de descumprimento, o Sindicato pagará multa de R$ 50 mil por dia. O ministro também marcou para a próxima terça-feira uma audiência de conciliação entre dirigentes da empresa e representantes dos trabalhadores.

A greve dos aeroportuários iniciada na madrugada desta quarta-feira paralisou, em média, cerca de 75% dos funcionários dos 63 aeroportos administrados pela Infraero no Brasil, afirmou nesta manhã o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). Em assembleia, encerrada por volta das 16h, a categoria votou pela manutenção da greve em todo o Brasil.

Segundo o presidente do entidade, Francisco Lemos, a continuidade do movimento será mantida pois "ninguém da Infraero ou qualquer outro órgão do governo entrou em contato para negociar".

— Eu acho uma irresponsabilidade muito grande ninguém nos procurar para conversar. Nós estamos prontos em Brasília para sentar e negociar. O sindicato tem uma comssão pronta só aguardando uma contraproposta.

Lemos diz ainda que a maior adesão é no aeroporto de Congonhas, onde 80% dos funcionários estão parados. Hoje de manhã o movimento era tranquilo na maioria dos terminais, mas o índice de atrasos aumentou no período da tarde. A Infraero informou que precisou acionar o plano de contingência e remanejar funcionários em seis aeroportos onde a paralisação foi maior ( Galeão, Recife, Fortaleza, Vitória, Congonhas e Salvador).

Infraero aciona plano de contingência

A estatal foi orientada pelo governo a se precaver a fim de evitar prejuízos aos passageiros e gerar atrasos e cancelamentos de voos em cascata em todo o país. A previsão era que a decisão judicial para obrigar a manutenção de 100% do efetivo nas atividades essenciais fosse anunciada hoje de manhã, o que não ocorreu.

A Infraero afirmou na terça-feira um plano de contingência preparado para a greve dos aeroportuários. O plano foi acionado na manhã de hoje para manter os serviços essenciais e a operacionalidade dos aeroportos. Funcionários do quadro administrativo e que trabalham em regime de escala serão remanejados para reforçar as equipes nos horários de maior movimento. O plano envolve outros órgãos que atuam nos aeroportos, como Receita Federal e Polícia Federal, segundo a Infraero.