23/07/2013 07h18 - Atualizado em 23/07/2013 07h23

Em Mato Grosso, pecuaristas aceleram abate de fêmeas

Quantidade de fêmeas enviadas para o abate é maior que o normal.
Justificativa é o preço da arroba do boi, insuficiente para remuneração.

Do Globo Rural

No primeiro semestre deste ano, o número de fêmeas abatidas em Mato Grosso superou o de machos. Foram mais de um 1,540 milhão de matrizes, que representaram quase 53% do total de abates.

Tradicionalmente, o preço pago pela arroba da vaca é menor que o do boi gordo. Em Mato Grosso, a diferença chega a 10% dependendo da região, por isso, o descarte de fêmeas tem que ser estratégico, seguindo, por exemplo, o conceito de Arno Schneider.

O pecuarista está na atividade há 30 anos e é criterioso na hora de selecionar o rebanho, principalmente as matrizes.

Segundo a associação que representa os criadores do estado, um dos fatores para a maior participação de fêmeas no abate foi a baixa rentabilidade dos negócios. “A atividade de cria não está remunerando o criador e ele se desfaz dos animais para fazer caixa”, explica Luciano Vacari, superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso.

Os pecuaristas acham que o descarte acelerado de fêmeas deve provocar reflexos na pecuária com a escassez de bezerros. A consequência é que o rebanho pode sofrer redução e os animais serão mais valorizados.

O pecuarista João Gouveia Neto tenta seguir na contramão do mercado atual e vem aumentando o número de matrizes na propriedade. “Estamos tentando segurar o mercado e valorizar cada vez mais o nosso produto”, diz.

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