Quem vê Emerson comandar em campo o Botafogo na Copa São Paulo não
imagina que a breve e promissora carreira do zagueiro alvinegro esteve
próxima do fim. Durante uma bateria de exames em junho de 2014, o jogador descobriu que tinha um problema no coração e que poderia não poder mais jogar futebol. Mais: teve de esperar quatro meses até ser operado. Depois do susto e do temor, o atleta deu a volta por cima. E terá mais uma capítulo deste "renascimento" neste sábado, a partir das 19h (de Brasília), ao enfrentar o São Carlos, pela terceira rodada do Grupo G.
- Descobri o problema no coração em um exame de rotina no
meio do ano passado. Já tinha feito esses exames antes, mas nunca tinha dado
nada. Quando fiz, o médico pediu para esperar os outros terminarem e que ele
queria falar comigo. Foi quando me deu a notícia que tinha dado uma arritmia e
que talvez teria que parar de jogar futebol - contou o jogador, para depois completar:
- Na hora eu fiquei muito nervoso e pedi para fazer o
exame novamente, já que estava resfriado e acreditava que isso poderia ter
colaborado para essa alteração. O médico remarcou o exame para a semana seguinte,
mas o resultado foi o mesmo. Ali eu entrei em desespero e fiquei sabendo que
iria ter que passar por uma cirurgia. Nunca tinha feito nenhuma cirurgia e logo
a primeira teria que ser no coração. Só pensava que minha carreira iria acabar.
Por conta dos problemas financeiros do clube, do diagnóstico até a cirurgia foram quatro meses de
espera. Na casa onde mora com os pais em Visconde de Itaboraí, no Rio de
Janeiro, o jovem tentava não pensar no que poderia acontecer caso a cirurgia
desse errado.
- Ficava muito ansioso
porque não sabia se iria poder volta a jogar. Recebia mensagens dos meus
companheiros me dando força, da minha família, mas não tinha como não pensar no
pior embora os médicos tentassem me tranquilizar - contou.
Para a felicidade do zagueiro botafoguense, a
cirurgia foi um sucesso, e a volta aos gramados passava do então sonho à
realidade.
- Quando fiquei sabendo que iria volta a jogar tive a
melhor sensação que poderia ter. Eu ouvir da boca dos médicos que iria poder
voltar era uma coisa que eu nem podia acreditar. Fiquei com vontade de pular, gritar.
Queria voltar na hora, rever meus companheiros e treinar - disse o capitão
Alvinegro.
Em dezembro, enfim, Emerson estava de volta aos gramados.
Após passar pelo problema de saúde, o zagueiro afirmou que nunca mais entrou
em campo para um jogo do mesmo jeito. A lembrança de tudo que passou está viva
na memória e serve de inspiração para o capitão do Botafogo na Copa São Paulo
de Futebol Júnior:
- Eu sempre dei valor à minha carreira. É uma coisa que
eu escolhi para minha vida e não vou desistir. Mas, após tudo que aconteceu, toda
vez que eu entro em campo, lembro de tudo que passei e isso me dá mais motivação
para alcançar meus objetivos.