Reuters

31/07/2013 18h00 - Atualizado em 31/07/2013 18h49

Setor de máquinas revê otimismo e projeta queda nas vendas em 2013

Abimaq prevê queda de 8%; previsão anterior era de alta de até 5%.
Entidade vê falta de vontade de investir.

Da Reuters

O ano de 2013 não vai ser melhor que 2012, que já foi um ano muito ruim"
Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq

A indústria de máquinas e equipamentos deve amargar uma queda de 8% nas vendas em 2013 em relação ao já fraco desempenho de 2012, previu nesta quarta-feira (31) a entidade representativa do setor (Abimaq), depois de dados decepcionantes de faturamento em junho. A expectativa anterior era de crescimento entre 4% e 5%.

Operando com nível de ociosidade superior a 25% e com a menor carteira de pedidos desde pelo menos 2010, o setor que representa um dos termômetros do investimento industrial brasileiro encerrou junho com queda anual 12,2% no faturamento, no primeiro resultado negativo deste ano.

Para a Abimaq, a queda marcou uma inversão de tendência de crescimento e ,junto com um fraco movimento até agora em julho, mostra que o cenário otimista do início do ano não é mais válido.

"Começamos o ano com uma visão otimista, mas isso mudou com a queda no faturamento em junho, que inverteu a tendência. O ano de 2013 não vai ser melhor que 2012, que já foi um ano muito ruim", disse o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza.

A boa expectativa para o setor – agora abandonada – tinha sido fomentada por forte procura no final de 2012 de pedidos de financiamento junto ao BNDES para compras de máquinas e por elevação no faturamento das empresas, segundo a entidade.

Além disso, o governo promoveu uma série de medidas de apoio ao setor, como desoneração de folha de pagamento, redução de Imposto sobre Produtos Industrializados e renovação até o fim deste ano do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece juros reduzidos para compra de máquinas.

Mas em meio ao crescimento vacilante da economia e das manifestações sociais no final do semestre, o nível de confiança do empresariado não tem animado a Abimaq. "O problema, além do baixo nível da carteira de encomendas, foi falta de disposição de investir de nossos clientes", disse Pastoriza a jornalistas.

Segundo a Abimaq, que representa 30 segmentos de máquinas e equipamentos do país, a carteira de pedidos do setor encerrou junho em 2,9 meses, queda de 20 por cento sobre o ano anterior. Em 2010, a carteira atingiu pico de 5,1 meses.

Os segmentos que ainda têm mostrado bom desempenho são aqueles ligados à agroindústria, máquinas para construção e equipamentos ligados ao consumo, como para produção de embalagens.

Em junho, o faturamento total do setor máquinas somou R$ 6,797 bilhões, queda de 6,4% sobre maio. O resultado contribuiu para uma queda no semestre de 8,2%, para R$ 37,727 bilhões.

O nível de utilização de capacidade da indústria fechou junho em 73,9% ante 76,5% no mesmo mês de 2012.

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