25/09/2013 14h49 - Atualizado em 25/09/2013 15h07

Dívida em dólar ultrapassa R$ 100 bilhões em agosto, revela Tesouro

Valor subiu nos últimos meses pela emissão de 'swaps cambiais' pelo BC.
Participação atingiu 6,06% em agosto, maior desde janeiro de 2005.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A emissão de contratos de "swap cambial" (que equivalem a vendas de dólares no mercado futuro) pelo Banco Central, que está ajudando a baixar a cotação do dólar no mercado à vista nas últimas semanas, e diminuir seu impacto na inflação, também está contribuindo para aumentar o patamar da dívida brasileira em moeda norte-americana.

Segundo informações da Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida federal atrelada à variação da moeda norte-americana, ultrapassou a marca dos R$ 100 bilhões em agosto deste ano – algo que não acontecia desde agosto de 2004. No mês passado, a dívida cambial do governo brasileiro somou R$ 114,9 bilhões – ou 6,06% do total (o maior patamar desde janeiro de 2005, quando estava em 8,03% da dívida total).

O aumento da parcela do débito atrelado ao câmbio, que até maio estava abaixo de 1% da dívida total, está relacionada com a emissão dos contratos de "swap cambial". Em junho, o Banco Central emitiu R$ 39 bilhões nestes contratos e, em julho, mais R$ 26,6 bilhões. Em agosto, outros R$ 51 bilhões foram emitidos. Pelo cronograma do BC, as emissões devem ter continuidade pelo menos até o fim deste ano.

Nesta quarta-feira, em Nova York, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliou que a emissão de contratos de "swap cambial", juntamente com leilões de dólares no mercado à vista, com compromisso de recompra, "está funcionando muito bem". Segundo ele, o lançamento do programa de leilões diários no mercado de câmbio brasileiro conseguiu reduzir a volatilidade e eliminar riscos e, desde, então a moeda norte-americana já recuou cerca de 10% ante o real.

Num passado mais distante, dados oficiais mostram que o patamar da dívida atrelada à variação da moeda norte-americana foi maior ainda, fator que gerava preocupação em integrantes da equipe econômica. O argumento era que a alta parcela de dívida atrelada ao dólar gerava falta de previsibilidade para a dívida pública. Em um momento em que o dólar tinha alta, como em um passado recente, a dívida também disparava.

Em dezembro de 1999, quando começou a série histórica do Tesouro Nacional para este indicador, por exemplo, o patamar da dívida cambial, após as operações de "swap", estava em 22,8%. Em setembro de 2002, chegou a atingir o expressivo patamar de 40% da dívida total, ou R$ 267 bilhões. Desde aquele momento, o governo atuou para baixar este patamar que, em 2004, já estava menor que 10% da dívida total.

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