O Hospital Santa Lydia, administrado por uma fundação da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), precisa ampliar os atendimentos privados para tentar saldar a dívida de R$ 9,7 milhões. Esta é a opinião do diretor administrativo da instituição, Ariclenes Garcia da Silva, que explicou o seu ponto de vista para os vereadores na sessão da Câmara desta quinta-feira (1º). Na semana passada, o hospital assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público se comprometendo a sanar a dívida em até dois anos.
De acordo com o TAC firmado com o MP, o hospital deve reequilibrar suas contas em 24 meses, de modo a quitar R$ 4,27 milhões em dívidas acumuladas com fornecedores até o final de abril. A instituição também precisa pagar empréstimos bancários que totalizam R$ 5,42 milhões - estes deverão ser pagos no mesmo período, seguindo cronogramas já estabelecidos por contratos com as instituições financeiras.
Caso os dispositivos firmados no documento não sejam cumpridos, a Prefeitura terá que assumir o pagamento da dívida. Convidado pelos vereadores a explicar a atual situação financeira do hospital, o diretor do Santa Lydia disse que é preciso aumentar o número de leitos da rede privada sem que se diminua os atendimentos a rede pública.
"A operação do hospital é deficitária e ela agregou nesses dois anos da nossa gestão um passivo na ordem de 4,5 milhões. Por isso, há essa intervenção do MP, para que a gente equilibre a situação operacional do hospital. Se não for possível, precisamos ver uma forma de isso acontecer, talvez através de um esforço político para conseguir mais recursos", comentou Silva.
O diretor explicou também que parte da dívida foi contraída para que melhorias fossem feitas dentro do hospital. "Nós fizemos um trabalho para ampliação de leitos e da humanização neles. Hoje temos leitos climatizados, todos com televisão e que dão uma condição melhor para o paciente. A segurança também foi melhorada e é algo que paciente não vê. São dispositivos de incêndio, alarmes e normas da Vigilância Sanitária", pontuou.
Na ocasião da assinatura do TAC, o promotor Sebastião Sérgio da Silveira estipulou que o MP poderá acompanhar as contas do Santa Lydia a cada trimestre. Em caso de descumprimento do acordo, o hospital estará sujeito a multa de R$ 10 mil. "Se continuasse do jeito que estava, o hospital teria que fechar as portas em breve. O endividamento estava crescente", afirmou ao G1 no último dia 24.
O diretor do hospital disse que é preciso equilibrar as contas para que a desconfiança diminua. "Temos que levar o hospital a uma zona de equilíbrio e acabar essa insegurança com relação a viabilidade do hospital. Vamos trabalhar para conseguir fazer isso", concluiu Silva.